Spa-Francochamps está localizado na floresta das Ardenas, no leste da Belgica. O seu microclima ajuda muito a que o tempo ande frequentemente a mudar, entre o agradável e a chuva intensa, que pode acontecer numa questão de minutos, baralhando as contas de toda a gente, quer às estratégias dos pilotos, quer aos planos das equipas. E claro, os grandes beneficiários são os espectadores, que graças a essa imprevisibilidade, ficam mais tempo sentados nos sofás e nas cadeiras de casa, observando tudo pela televisão.
Sabia-se de antemão que o fim de semana belga iria ser instável, pelo menos na qualificação. E o dia amanheceu com isso: céu nublado e chuva na pista. A pista estava húmida, o que levou os pilotos a colocarem intermédios, ou a serem cautelosos com os pneus "slicks", tentando arriscar o mais que podiam. E esse risco compensou para alguns, com outros prejudicados. Giedo van der Garde e os Marussia de Max Chilton e Jules Bianchi foram os mais bem sucedidos, ao colocar os seus carros na Q2 pela primeira vez nesta temporada. Mas amis surpreendente era ver o holandês no terceiro posto da tabela de tempos! Apenas atrás do Ferrari de Fernando Alonso e do Mercedes de Lewis Hamilton!
Em claro contraste, o Sauber de Esteban Gutierrez, os Williams de Pastor Maldonado e Valtteri Bottas, bem como os Toro Rosso de Jean-Eric Vergne e Daniel Ricciardo ficaram com os seus lugares, eliminados demasiado cedo desta qualificação. Era Spa-Francochamps a fazer das suas...
A Q2 deu alguma "normalidade" ao assunto. A pista começou a secar um pouco mais e os melhores marcaram os seus tempos. Kimi Raikkonen fora o melhor nesta parte da sessão, na frente de Fernando Alonso e Nico Rosberg, mas os que ficaram de fora eram os que todos esperavam: os Marussia e o Caterham de Van der Garde, o McLaren de Sergio Perez e o Sauber de Nico Hulkenberg, que ficou com a "fava" de ficar com o 11º posto da grelha de partida. Adrian Sutil também se ficou pela Q2, em claro contraste com a passagem do seu companheiro Paul di Resta para a Q3.
E foi nessa parte final da qualificação que as coisas começaram a alterar-se. Começou com um pouco mais de chuva para molhar a pista e para aumentar a imprevisibilidade do resultado. Logo, os pilotos, que começaram a abordar esta parte da qualificação com secos, mudaram para intermédios, mas o primeiro a fazer foi a Force India, que colocou Paul di Resta na pista para marcar tempo. Ele teve a pole-position por muito tempo, e o "timing" foi de tão bom, que durante muito tempo, os seus adversários marcavam tempos dois segundos mais lentos do que ele.
Parecia que as coisas iriam ficar por ali, mas o circuito belga e as Ardenas são um lugar imprevisivel, com um tempo imprevisivel. Este secou mais um pouco, o suficiente para fazer funcionar os intermédios, e algumas equipas decidiram tomar a decisão de recolher os seus carros... na pior altura possivel. Paul di Resta, confiante que o primeiro lugar seria seu, e a Ferrari, porque achavam que não iriam conseguir nada dali.
E bastaram dois minutos para mudar tudo: primeiro Rosberg, depois os Red Bull de Mark Webber e Sebastian Vettel, e por fim, o Mercedes de Hamilton, todos aproveitaram a oportunidade concedida para melhorar os seus tempos, E a melhoria foi da ordem do segundo e meio, com Hamilton a ser o "poleman"... pela quarta vez consecutiva. E pela terceira vez consecutiva, também, terá Sebastian Vettel a seu lado na grelha, com a segunda fila a ser outra parelha Red Bull/Mercedes. Paul di Resta era o quinto, mas a quinta fila da grelha era das Ferrari.
Mas apesar do resultado previsível, num tempo imprevisível, falta domingo, o dia da corrida. E como se espera também um tempo imprevisível para amanhã, há o potencial de que tudo pode acontecer...
Valeu a pena acordar cedo, fazia tempo que eu não via um treino tão animado. Di Resta, Van der Garde, Bianchi e Chilton mostraram que a F1 não é só feita de Vettels e Hamiltons. Palmas para o lado B!
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