A Shadow deve ser provavelmente a
melhor equipa de origem americana a andar pela Formula 1. Ao longo da década de
70, esta equipa, com os seus carros negros, animou o pelotão e conseguiu
constituir um conjunto de pessoas que tentaram fazer dela uma equipa
vencdedora. Mas antes de chegar à Formula 1, tentaram a sua sorte na Can-Am,
com bons resultados no geral. Hoje, vou falar sobre o seu primeiro chassis, o
DN1, 40 anos depois de se ter estreado na categoria máxima do automobilismo.
A Shadow é o resultado do projeto
fundado por Don Nichols, um homem
cujas origens são um mistério para toda a gente. Há quem diga que durante os
anos 50, ele trabalhou… para a CIA no Extremo Oriente. Nos anos 60, trabalhava
no Japão, como representante da Goodyear e da Firestone, e ajudava a desenhar
alguns dos circuitos existentes hoje em dia no país do Sol Nascente. No final
da década, Nichols regressa aos Estados Unidos, estabelece-se na California e
funda a Advanced Techical Systems Inc., com o objetivo de desenhar um carro
para a Can-Am. Contrata um desenhista, Trevor
Harris, e faz um bólido que é guiado por George Follmer e pelo britânico Vic Elford. Apesar da rapidez, não era um carro fiável e os
resultados foram escassos.
Contudo, dois anos depois, a
Shadow consegue bons resultados, através de outro britânico, Jackie Oliver.
Para além disso, arranjaram o patrocínio de uma petrolífera, a UOP (Universal
Oil Products), que lhes permitiam ter mais dinheiro e capacidade de expandir para
outras categorias. Foi aí que surgiu a vontade de construir um chassis de
Formula 1.
Assim sendo, Don Nichols decide
fazer isso. Contrata um projetista da BRM, Tony Southgate, que por sua vez, é
ajudado por Dave Wass, e assegura os serviços de direção por parte de Alan
Rees, um dos fundadores da March. E como pilotos, vai colocar a dupla da
Can-Am: Follmer (que tinha sido campeão
na Can-Am nesse ano) e Oliver. Instalam-se em Bourne, na Grã-Bretanha, e
nessa garagem, é construído aquele que vêm a ser o Shadow DN1.
O DN1 tinha como ideia ser um
chassis simples. Fabricado em alumínio, e em monocoque, estava equipado com o
motor Ford Cosworth DFV V8, e tinha uma suspensão dupla, que seria mais eficaz.
Contudo, Southgate e Wass não fizeram um chassis suficientemente rígido, e ele
se comportava de forma diferente em curva. Vindos da BRM, onde tinham à
disposição um motor V12, este era o primeiro chassis que desenhavam com o
Cosworth V8, e tinham de se adaptar.
O carro somente estaria pronto na
terceira prova da temporada de 1973, o GP da África do Sul. Os resultados foram
encorajadores, com Follmer a levar o carro do 21º posto da grelha de partida
para o sexto lugar final, conseguindo ali o primeiro ponto da marca. E mais
encorajados ainda ficaram quando na corrida seguinte, em Montjuich, Follmer
chegou ao terceiro lugar, conseguindo o primeiro pódio da carreira.
Nesse mesmo Grande Prémio, um
terceiro chassis ficava pronto para ser usado por outro piloto. E não era um
qualquer: tratava-se de Graham Hill. Saído da Brabham no final de 1972, decidiu
montar a sua própria equipa. Com o apoio dos cigarros Embassy, Hill decidiu
adquirir um chassis Shadow, pois construir o seu próprio carro iria demorar o
seu tempo. Contudo, do alto dos seus 43 anos, a sua experiência já não
compensava a perda de velocidade e competitividade perante a concorrência. Em
Montjuich, Hill foi 22º na grelha e abandonou na volta 27 devido a problemas de
travões.
À medida que a temporada
avançava, o chassis mostrava os seus defeitos devido à sua falta de rigidez.
Jackie Oliver não terminou os seus primeiros três Grandes Prémios, até chegar
ao fim no Mónaco, no décimo posto da geral. As promessas iniciais deram lugar à
decepção, e os resultados de Hill também não ajudavam.
Contudo, no final da temporada,
as correções começavam a ter os seus frutos, principalmente no GP do Canadá, em
Mosport. Numa prova confusa, Oliver conseguiu sobreviver aos obstáculos e
terminou no terceiro posto, conseguindo os seus primeiros pontos da época e o
segundo pódio da carreira da marca. Em Watkins Glen, eles alinharam com um
terceiro carro oficial, para o britânico Brian Redman. Apesar do bom resultado
nos treinos, ele acabou por ser desclassificado “por ter recebido assistência
exterior”.
No final desta primeira temporada,
as esperanças acabaram misturadas com decepção. Contudo, ali havia uma base
para melhorar, e essas melhoras foram vistas no chassis seguinte, o DN3. Mas em
1974, o DN1 ainda alinharia nas duas primeiras corridas do ano, através de um
novo recruta, o francês Jean-Pierre Jarier.
Ficha Técnica:
Chassis: Shadow
DN1
Projetista: Tony Southgate
Motor: Cosworth DFV V8 de 3 litros
Pneus: Goodyear
Pilotos: George
Follmer, Jackie Oliver, Brian Redman, Graham Hill, Jean-Pierre Jarier
Corridas: 15
Vitórias: 0
Pole-positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 9 (Follmer 5, Oliver 4)
a Shadow foi uma das poucas equipes da década de 1970 que eu gosta de ver nas pistas...
ResponderEliminarbons tempos...
abs...