Quinze dias depois do começo da temporada, e depois de todos andarem a reclamar do barulho dos motores e dos sensores de combustível nos seus carros - principalmente na Red Bull - a Formula 1 chegava à Malásia, num momento em que o país vivia tempos conturbados devido ao desaparecimento de um avião seu. Para além de todos esses problemas, havia no ar a ideia de que o boletim meteorológico poderia ser outro fator decisivo na corrida, como tinha acontecido na véspera, com a qualificação. Apesar das hipóteses serem bastante menores do que no sábado, em paragens tropicais, poderia-se esperar que a chuva aparecia em pouco tempo, durasse poucos minutos, mas despejasse toda a água que poderia ter nas nuvens. O que poderia ser um problema.
Para a concorrência, todos desejavam que tal acontecesse, para terem uma hipótese de lutar pela vitória contra uns Mercedes que pareciam imbatíveis na pista, isto se os motores colaborassem. Sem isso, Red Bull e Ferrari, por exemplo, pareciam que iriam ver a concorrência passar e lutar pelos restos no prato. Um pódio seria provavelmente a melhor coisa do qual poderiam aspirar, mas para os lados de Milton Keynes, até seria ótimo, dado que semanas antes, tudo parecia perdido...
Para Sergio Perez, a corrida nem sequer chegou a começar. Os problemas que tinha no seu carro eram tantos e de tal ordem que decidiu ver a corrida do muro das boxes, provavelmente a pior das frustrações que têm um piloto de Formula 1...
A partida começou de forma normal, com os Mercedes a serem melhores do que os Red Bull, mas foi nas curvas seguintes que começaram os problemas: na curva 5, Jules Bianchi e Pastor Maldonado tocaram-se, e no inicio da segunda volta, o Ferrari de Kimi Raikkonen sofreu um furo de Kevin Magnussen. Atrás, Daniel Ricciardo coloca Sebastian Vettel em respeito, até que no inicio da terceira volta, o piloto alemão passou-o.
Na frente, os Mercedes "foram-se embora" da Red Bull, apesar dos esforços de Vettel para os apanhar. A diferença entre o carro de Nico Rosberg e o de Sebastian Vettel, era de seis décimos de segundo enquanto que Lewis Hamilton estava na frente, muito à vontade. Atrás,o Lotus de Pastor Maldonado teve de se retirar na volta 9 por causa dos danos no fundo do seu carro, ao mesmo tempo que Jules Bianchi cumpria uma penalização porque a FIA disse que ele foi o culpado na colisão na primeira volta.
A partir da volta 12, começaram as trocas de pneus, sem grandes alterações na classificação geral. E foi a partir dali que a corridas se tornou mais chata, pois os Red Bull e os Mercedes estavam mais afastados uns com os outros. Entretanto, o sensor de combustível do Daniel Ricciardo deu mais uma de si e "faleceu" durante a corrida, como disse Chrisatian Horner. Mas ao contrário de Melbourne, a Red Bull pediu ajuda à FIA para ver o fluxo de combustível, e eles decidiram que sim.
Mas no meio de todo o aborrecimento, havia coisas interessantes. Kamui Kobayashi estava a mostrar que os Caterham tinham potencial, andando entre o oitavo e o décimo lugar, aproveitando nem os pneus. Mas é a partir da volta 31 que se começava a pensar na chuva. E cinco voltas depois, enquanto que o Sauber de Adrian Sutil fica parado no inicio da reta da meta, Kimi Raikkonen queixa-se de que a chuva já chegou à pista.
Na volta 41, Ricciardo vai às boxes... mas foi apenas o inicio do seu pesadelo. O mecânico esqueceu-se de apertar as porcas do seu pneu frente-esquerda e ele teve de parar e ser rebocado para as boxes e completar a operação. O tempo perdido o fez cair dez lugares quando voltou, mas volta e meia depois, a sua asa dianteira quebrou-se a meio da pista, provavelmente por causa da pressa que os mecânicos tiveram para reparar a cagada anterior. Mas a "piece de resistance" veio da parte da FIA e as suas "dumb laws" (leis idiotas): uma penalização de dez segundos. Mais valia desistir...
A parte final da corrida havia a ameaça de chuva, mas parecia que não iria chegar a tempo. Mas a parte final ficou marcada por ordens polémicas na Williams, com a equipa a pedir a Felipe Massa para que cedesse o seu lugar a Valtteri Bottas, pois este era mais veloz do que o brasileiro, e assim poderia apanhar Jenson Button. Mas o brasileiro decidiu ser Vettel e não obedeceu às ordens, terminando a corrida na frente do piloto finlandês, no sétimo e oitavo posto, respectivamente.
Mas no final da corrida, os Mercedes ficaram com os dois primeiros lugares, a primeira vez que o conseguiam desde... Juan Manuel Fangio e Stirling Moss, no GP de Itália de 1955. Sebastian Vettel completava o pódio com o Red Bull, mostrando que nos lados de Milton Keynes, os prejuizos estão controlados. Mas no resto da classificação geral, o panorama era desolador: tirando Vettel e Alonso, até ao oitavo posto era tudo Mercedes. É o domínio...
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