segunda-feira, 31 de março de 2014

O pioneiro do dia - Émile Levassor

Émile Levassor foi pioneiro em tudo que mexeu no automobilismo. Esteve na primeira corrida, em Rouen. Foi o primeiro grande vencedor, em Bordéus e como acontecia no seu tempo, foi também foi construtor. Mas também passou para a história como a primeira fatalidade do automobilismo, e também foi o primeiro automobilista ao qual foi erguido um monumento, em Paris.

Nascido a 21 de janeiro de 1843, em Marolles-en-Hurepoix, nos arredores de Paris, Émile Levassor frequentou a École Centrale de Paris, e começou a interessar-se pela engenharia a partir de 1872, quando começou a trabalhar numa firma que fabricava máquinas para a serralharia, liderada por Jean-Louis Périn. Ali, conheceu uma pessoa que passaria a ser o seu amigo e parceiro de negócios para a vida: René Panhard.

Panhard e Levassor, pouco depois, e aproveitando a morte de Périn, decidiram estabelecer um negócio próprio, construindo motores a gás. As coisas corriam bem até que em 1887, conhecem Edouard Sarrazin, que adquire os direitos de construir motores e carroçarias Benz em França. Sarrazin escolhe-os para construir esses carros, mas somente em 1890 é que conseguem fazer os primeiros exemplares. Contudo, a licença termina com a morte de Sarrazin, mas ambos têm o conhecimento e a tecnologia suficientes para decidir construir carros. O primeiro Panhard e Levassor aparece nas estradas em 1891, graças ao investimento de Louise Sarrazin, a viúva de Edouard… e futura mulher de Émile Levassor.

O seu primeiro automóvel terá um sistema que será seguido por mais de 30 anos: o “systeme Panhard” consistia de um motor à frente, tração traseira, uma caixa de velocidades. Vendido com um preço médio de 3500 francos, tornou-se num sucesso de vendas e a Panhard tornou-se no maior rival da De Dion para ser o maior construtor de automóveis de França e do mundo.

Ao contrário de Panhard, Levassor gosta de experimentar os seus carros na estrada. Atento a este novo mundo automóvel, um dos seus carros participa da corrida Paris-Rouen, em 1894, com Alfred Vacheron ao volante. Mas no ano a seguir, com a corrida Paris-Bordéus-Paris, é o próprio Émile Levassor que vai ao volante, sozinho, num carro com dois lugares. No final ele domina a competição, mas como os regulamentos só premeiam os carros com quatro lugares, ele fica apenas com o segundo prémio. A 12 de novembro, Levassor está na casa do Conde De Dion, para ser um dos fundadores do Automobile Club de France (ACF)

Em 1896, Levassor alinha na corrida entre Paris-Marselha-Paris com o mesmo carro que lhe deu a vitória no ano anterior. Ele irá dominar grande parte da prova, até que perto de Avignon, ele se despista (para evitar atropelar um cão) e é cuspido do seu carro, sofrendo ferimentos na cabeça. Mal ele sabia, mas tinha assinado a sua sentença de morte. Com o seu mecânico a guiar o resto da viagem, Levassor terminou a competição no terceiro lugar.

Apesar de ter participado numa corrida em 1897, na zona de Marselha, Levassor nunca recuperou dos seus ferimentos e acabou por morrer a 14 de abril desse ano, na sua casa, em Paris, enquanto desenhava modificações nos seus carros. Tinha 54 anos.


Enterrado em Chartres, Levassor já tinha sido condecorado em 1889 com a Legião de Honra. Mas foi em 1907 que foi homenageado com uma escultura na entrada do Bois de Boulogne, que comemora a sua vitória na corrida de 1895. Para além disso, Levassor têm uma rua em sua memória em Paris.  

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