Um piloto forte e determinado,
que se tornou um construtor por mérito próprio e uma pessoa influente na
história dos automóveis em Itália. Podemos resumir assim a vida de Vincenzo
Lancia, um dos primeiros nomes automobilísticos que a Itália teve. A sua
carreira não foi longa como corredor, mas teve a força suficiente para se
tornar um construtor e fazer da sua marca uma das mais duradoiras em Itália e
ter nome no automobilismo até aos dias de hoje.
Nascido a 24 de agosto de 1881 na
pequena vila de Fobello, nos arredores de Turim, era o filho mais novo de um
“oriundi” que tinha feito fortuna na Argentina, para regressar a Itália e fazer
uma fábrica de sopas. Com jeito para os números, de inicio pensou ser
contabilista, mas depois apaixonou-se pela engenharia, especialmente pela
novidade que era o motor de automóvel.
Em 1898, aos 17 anos, tornou-se
contabilista de um importador de bicicletas, Giovanni Battista Ceirano, onde
nas horas livres, aprendia o oficio da engenharia, bem como o design e
construção de máquinas. Com o tempo, aprendeu o suficiente para fazer
reparações mecânicas quer em bicicletas, quer no novo brinquedo da alta
sociedade. No ano seguinte, Ceirano e a sua empresa virou a Fiat e Lancia
tornou-se num dos seus empregados, nomeadamente, inspector dos veículos que iam
para a estrada.
As suas qualidades impressionaram
os patrões e aos 19 anos, era o principal piloto de testes da marca, e no ano
seguinte, seria piloto da marca nas competições em que participava. Em 1900, na
segunda corrida em que participou, o Torino-Sassi-Superga, terminou como
vencedor, dando a primeira vitória de sempre à marca de Turim.
Com o passar do tempo, Lancia
mostrou-se como um piloto veloz, normalmente o mais veloz de todos os seus
concorrentes, mas as suas máquinas normalmente não conseguiam acompanhar o seu
ritmo e destruíam-se pelo caminho. Foi por isso que não alcançou a vitória em
três provas importantes: a Taça Gordon Bennett de 1905, a Targa Flório de 1906
e o primeiro Grande Prémio de França, no mesmo ano. Contudo, já tinha feito
nome em Itália, quando venceu a Coppa Flório de 1904.
Em 1906, aos 25 anos, funda a
marca com o seu próprio nome, apesar de continuar a guiar pela Fiat por mais
dois anos, até começar a construir os seus próprios automóveis, como o Alfa
12HP, vendendo mais de cem exemplares, alguns deles servindo para corrida. Em
poucos anos, outros modelos sucederam-se, e Lancia dedicou-se mais aos negócios
do que à competição.
Se Lancia em público era um homem
perfecionista com os seus carros, em privado, era um “bonvivant”. Amante da boa
comida e da ópera (especialmente Richard Wagner). Apesar de tudo, a sua
dedicação à empresa é tal que se casa tarde, aos 41 anos, com a sua secretária,
Adele Miglietti, tendo três filhos, entre eles Gianni Lancia. Ao longo dos
anos, para além da sua marca, torna-se apoiante do automobilismo no seu país.
Torna-se num dos apoiantes da construção do Autódromo de Monza, em 1922, e é um
dos fundadores da casa de design Pininfarina, em 1930.
Vincenzo Lancia morre a 15 de
fevereiro de 1937, aos 55 anos, vitima de ataque cardíaco. Foi enterrado no mausoléu
da família, em Fobello.
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