1907: OS NOVOS DESAFIOS AO DOMÍNIO FRANCÊS
O sucesso do Grande Prémio, no ano anterior, veio inspirar outros a fazerem prémios semelhantes, não só com o objetivo de atrair os concorrentes, mas também de desafiar o domínio francês, pois com o fim da Taça Gordon Bennett (que como sabem, a França nunca gostou muito), os outros países não tiveram forma de desafiar o poderio francês no automobilismo mundial.
E nesta altura, os maiores desafiantes ao dominio francês eram dois: Alemanha e Itália. No primeiro, a Mercedes tinha-se constituido como uma marca capaz de construir bons carros e com qualidade, e com pilotos capazes como o belga Camile Jematzy e o alemão Christian Werner, conseguiam vitórias importantes, como aconteceu na Gordon Bennett Cup de 1903. No segundo país, o aparecimento de marcas como Fiat e Itala fizeram com que surgisse uma grande quantidade de pilotos que poderiam ombrear com os melhores franceses, como Vicenzo Lancia, Felice Nazzaro e Alessandro Cagno.
Para além disso, a Itália tinha uma personagem capaz de pensar as corridas na figura de Vicenzo Flório, que primeiro desenvolveu a Coppa Florio, em Brescia, e depois elaborou a Targa Flório, que era desenhado nas estradas da sua Sicilia natal.
E era onde todos queriam ir em abril de 1907. Depois dos relatos que os pilotos ouviram da edição do ano anterior, vencida por Cagno, toda a Europa automobilística decidiu que queria experimentar o desafio de correr por estradas esburacadas à volta da região de Madione. A lista de inscritos era grande: 45 carros, dos quais 19 eram italianos, 16 franceses e dez alemães.
Entre os carros franceses estavam Fernand Gabriel e o belga Arthur Duray (Lorraine-Dietrich), Hubert Le Blon e Victor Hémery (de Luca-Daimler), Pierre Gracet, Richard Gaudeman e Léon Collinet (Clément-Bayard), Louis Wagner e René Hanriot (Darracq), Victor Rigal e Jean Poporato (Berliet).
Do lado italiano tinhamos os Fiat de Felice Nazzaro, Vicenzo Lancia e do alemão Aldo Weillischott, os Isotta-Fraschini de Vicenzo Trucco, Ferdinando Minoia, e do francês Marc Sorel, o Itala de Alessandro Cagno, os Zust de Mario Conti, Enrico Maggioni, Giancarlo Capuggi e Leonina du Zara; e os Rapid de Ernesto Ceirano e Talio Cariolatto.
Por fim, os alemães, que alinhavam com os Benz de Fritz Erle e Dietrich Spamann e o Opel de Fritz von Opel.
Em termos de regulamentos, a organização deixou que os carros "Pesados" concorressem, mas limitava-os a motores de quatro cilindros e o peso máximo de mil quilos, com uma tolerância de vinte quilos por cada milimetro abaixo dos 120 estipulados como máximo.
A corrida foi disputada a 22 de abril, e nos quilómetros iniciais, o líder foi Lancia, com Cagno atrás e Trucco no terceiro posto, ao volante de um Isotta. No final da primeira volta, os cinco primeiros eram italianos: Lancia conservava uma vantagem de catorze segundos sobre Cagno, seguido por Trucco, o Fiat de Felice Nazzaro e o Isotta de Ferdinando Minoia. Louis Wagner, no seu Darracq, era o sexto, e o melhor não-italiano.
Na segunda volta, Nazzaro passou os seus adversários um a um, até que no inicio da terceira e última volta, era já o comandante, com Wagner na segunda posição, a três segundos de Nazzaro. A partir dali, foi um duelo pela vitória, com uma incerteza no ar que fez entusiasmar toda a gente, até ao momento em que o carro de Wagner teve um dos seus semi-eixos quebrados, deixando o piloto da Fiat aliviado. No final, após oito horas e 17 minutos de duelo, Felice Nazzaro cortava a meta e tornava-se no segundo vencedor da Targa Florio, com quase doze minutos de avanço sobre Vicenzo Lancia e quinze minutos sobre o Itala de Maurice Fabry. Alessando Cagno, o vencedor em 1906, terminava na quinta posição, a vinte e um minutos do vencedor.
Se a Targa Florio tinha sido o primeiro sinal do grande interesse dos pilotos por provas internacionais, quando a ADAC (Allgemeiner Deutsche Automobile-Club, traduzido por Associação Automóvel Alemã) decidiu abrir as inscrições para a primeira edição do KaiserPreis, a resposta alemã ao Grande Prémio, não esperava que o sucesso fosse enorme: 78 inscrições, entre alemães, franceses, belgas, italianos e um Napier britânico, guiado por Lord Glentworth.
Entre os alemães, havia a Daimler, que tinha G. Ison e Oliver Bush; a Opel, com Carl Jorns e Fritz von Opel; a Adler, com P. Geller e Dietrich Gobbel; a Benz, com Victor Hemery e Dietrich Spamann; a Mercedes, que inscreviam pilotos como Camile Jenatzy, Otto Salzer, Alexander Burton e Willy Poege, e tinha como piloto alternativo um jovem de seu nome Ferdinand Porsche...
Já no lado italiano, tínhamos a Itala, com Maurice Fournier, Alessandro Cagno e Maurice Fabry; a Fiat, com Vicenzo Lancia, Felice Nazarro e Louis Wagner; a Isotta-Fraschini, com Ferdinando Minoia, Giuseppe Tamagni e Vicenzo Trucco; e a Bianchi, com Carlo Maserati e Gianmaria Tomaselli.
No lado francês, os inscritos eram bastantes: os Lorraine-Dietrich tinham Arthur Duray, Henri Rougier e Ferdinand Gabriel; os Gobron-Brillé tinham F. Terry, e Douet, e a Darracq tinha Vicenzo Florio. Já os Pipe belgas tinham Lucien Hauvast e C. Delplus.
O circuito era enorme, o maior até então feito para a competição automóvel: 118 quilómetros de estradas fechadas à volta da floresta de Taunus, nos arredores de Hamburgo. Para albergar o elevado numero de participantes, a organização decidiu organizar duas mangas, de duas voltas cada uma, durante o primeiro dia. Os vinte melhores de cada uma dessas mangas ficariam qualificadas para a corrida propriamente dita, de quatro voltas, no segundo dia da competição.
Nas duas primeiras mangas, os vencedores foram os Fiat: Vicenzo Lancia foi o melhor na primeira - debaixo de chuva fraca - na frente do Opel de Fritz von Opel e do Pipe de Hauvast, enquanto que Felice Nazzaro foi o vencedor da segunda manga, na frente de Wagner e o Pipe de Delplus.
Entre os alemães, havia a Daimler, que tinha G. Ison e Oliver Bush; a Opel, com Carl Jorns e Fritz von Opel; a Adler, com P. Geller e Dietrich Gobbel; a Benz, com Victor Hemery e Dietrich Spamann; a Mercedes, que inscreviam pilotos como Camile Jenatzy, Otto Salzer, Alexander Burton e Willy Poege, e tinha como piloto alternativo um jovem de seu nome Ferdinand Porsche...
Já no lado italiano, tínhamos a Itala, com Maurice Fournier, Alessandro Cagno e Maurice Fabry; a Fiat, com Vicenzo Lancia, Felice Nazarro e Louis Wagner; a Isotta-Fraschini, com Ferdinando Minoia, Giuseppe Tamagni e Vicenzo Trucco; e a Bianchi, com Carlo Maserati e Gianmaria Tomaselli.
No lado francês, os inscritos eram bastantes: os Lorraine-Dietrich tinham Arthur Duray, Henri Rougier e Ferdinand Gabriel; os Gobron-Brillé tinham F. Terry, e Douet, e a Darracq tinha Vicenzo Florio. Já os Pipe belgas tinham Lucien Hauvast e C. Delplus.
O circuito era enorme, o maior até então feito para a competição automóvel: 118 quilómetros de estradas fechadas à volta da floresta de Taunus, nos arredores de Hamburgo. Para albergar o elevado numero de participantes, a organização decidiu organizar duas mangas, de duas voltas cada uma, durante o primeiro dia. Os vinte melhores de cada uma dessas mangas ficariam qualificadas para a corrida propriamente dita, de quatro voltas, no segundo dia da competição.
Nas duas primeiras mangas, os vencedores foram os Fiat: Vicenzo Lancia foi o melhor na primeira - debaixo de chuva fraca - na frente do Opel de Fritz von Opel e do Pipe de Hauvast, enquanto que Felice Nazzaro foi o vencedor da segunda manga, na frente de Wagner e o Pipe de Delplus.
No segundo dia, 40 carros estavam presentes para a corrida propriamente dita. Visto o poderio da Fiat, os alemães tinham esperança de que Von Opel poderia dar uma alegria a eles. Mas a corrida foi italiana: Nazzaro e Wagner começaram por marcar o ritmo, apenas acompanhados pelo Pipe de Hauvast, que os apanhou e foi momentaneamente o lider da corrida. Atrás vinha Vicenzo Lancia, que tinha tido uma má partida e tentava recuperar. Prova disso era a volta mais rápida que tinha feito, a uma média de 53 milhas por hora (cerca de 92 quilómetros por hora).
Na parte final da corrida, Nazzaro aumentou o ritmo e conseguiu passar Hauvast, ficando com a liderança até à bandeira de xadrez, com uma vantagem de cinco minutos sobre Hauvast, com o Opel de Carl Jorns a ficar com o lugar mais baixo do pódio. Wagner e Lancia foram quinto e sexto classificados, respectivamente, e o melhor francês foi o Lorraine-Dietrich de Henri Rougier, no 13º posto.
(continua no próximo capitulo)
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