(continuação do capitulo anterior)
A CORRIDA MAIS LONGA DO MUNDO
Por altura que aconteciam todas estas corridas citadas nos dois capítulos anteriores, outra corrida mais longa estava a decorrer: uma volta ao mundo entre Nova Iorque e Paris, com passagens pelo Alasca, Japão e Sibéria. Com o sucesso da aventura entre Pequim e Paris, no ano anterior, tentou-se fazer uma nova corrida desse tipo, numa distância ainda maior, em estradas que praticamente não existiam e do qual iria-se cruzar dois continentes e um oceano.
A ideia foi elaborada por dois jornais: o americano New York Times e o francês Le Matin, que teriam os seus jornalistas a cobrir profusamente o percurso, e atraiu seis carros de quatro países: Estados Unidos, Alemanha, França e Itália. O carro americano era um Thomas Flyer, guiado por George Schuster e Mantaigue Roberts, enquanto que os franceses colocavam três automóveis: um De Dion-Bouton, um Motobloc e um Sizaire-Naudin. A Itália tinha um Zust, enquanto que a Alemanha tinha um Protos, guiado por um oficial, Hans Koppen, inscrito em nome... do Kaiser.
A 12 de fevereiro, no Times Square nova-iorquino, e perante uma multidão, os carros estavam alinhados lado a lado, preparando-se para a partida, que foi dada com um... tiro de pistola. Cedo, o Thomas Flyer ficou com a liderança e ao fim de 41 dias de uma travessia dificil, em péssimas estradas (quando as havia) chegou a São Francisco com algum avanço sobre a concorrência.
Após isso, os sobreviventes foram de barco até Valdez, no Alaska, para prosseguir, mas quando verificou que as condições eram extremamente dificies, decidiram atravessar o Pacifico e ir para o Japão, atravessar o país e rumar a Valdivostok, no leste russo. Quando tal aconteceu, apenas existiam três carros: o italiano Zust, o alemão Porthos e o Thomas Flyer americano.
A partir dali, os carros seguiram o percurso do Trans-Siberiano, mas as estradas estavam praticamente impraticáveis devido ao derretimento das estradas siberianas devido à primavera. Tinham dias em que os seus avanços eram medidos por... metros por hora do que quilómetros por hora. Contudo, à medida que se aproximavam da Europa, as estradas melhoravam e eles se aproximavam do seu destino.
O primeiro a chegar à meta, a 26 de julho, foi o Porthos de Koppen, com um avanço de quatro dias sobre o Thomas Flyer de Schuster e Roberts. Contudo, descobriu-se depois que ele não tinha ido ao alaska e fez parte do percurso na Sibéria por comboio. Resultado final, foi penalizado em um mês e a vitória foi atribuida para o carro americano. Oficialmente, o vencedor chegou a Paris a 30 de julho, depois de 169 dias de estrada. O Zust italaino chegou apenas em setembro de 1908, quase nove meses depois de ter partido.
(continua no próximo episódio)
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