Alguns dos melhores pilotos de sempre da América... não nasceram lá. No inicio do automobilismo, tivemos a história de Ralph de Palma e do seu sobrinho, Peter de Paolo, que nasceram em paragens italianas, mas cedo emigraram para a América, conseguindo uma carreira de sonho, entre eles vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis. De Palma conseguiu em 1915, De Paolo dez anos depois.
Na segunda metade do século XX, outro italo-americano juntou-se a esta lista. Nascido num lugar onde hoje é a Croácia, Mário Andretti e o seu irmão gémeo, Aldo, chegaram a paragens americanas em 1955, depois de terem vivido alguns anos num campo de refugiados em Lucca, no centro do país. Pelo meio, foram ver uma corrida em Monza, que os despertou o seu interesse pelo automobilismo. Quando chegaram, foram para a vila de Nazareth, na Pensilvânia, onde havia uma pequena pista de terra, e ambos começaram a correr. Pouco depois, Aldo sofreu um acidente grave e a sua carreira acabou.
A história de Mário Andretti é das mais bem sucedidas do automobilismo. Mas as 500 Milhas de Indianápolis eram - e ainda são - um dos mais importantes prémios do automobilismo. Em 1969, aos 29 anos, Andretti tornou-se no terceiro italo-americano a vencer no "Brickyard". Mas a partir dali, começou aquilo que muitos chamam de "a maldição dos Andrettis" que até hoje, duas gerações depois. Pois pelo meio, o seu filho Michael - que também teve uma carreira longa e bem sucedida - nunca venceu em Indianapolis.
Mas algo mais interessante - e menos conhecida - é que Andretti quis também vencer em Le Mans. Daí esta foto, onde se vê Andretti na frente do Ferrari numero 20 de Chris Amon e Nino Vacarella, na edição de 1967. Nesse ano, as coisas quase correram muito mal para o italo-americano. Nesse ano, corria com o Ford GT40 da Holman-Moody. Pelas 3:30 da manhã, uma paragem nas boxes correu muito mal quando um dos calços do travão foi colocado ao contrário. Quando saiu, pisou o pedal de travão e entrou em despiste, ficando com o carro atravessado contra um banco de areia a 240 km/hora. Tonto, estava dentro do carro, e para o evitar, os outros dois Ford de Jo Schlesser e Roger McClusky se despistaram, e foi este último que o tirou de fora desse carro e o levou para o hospital montado pela marca americana.
Só voltou a correr em 1983, onde conseguiu um terceiro lugar com o seu filho, e tentou várias vezes até 2001, aos 61 anos. O melhor que conseguiu foi um segundo lugar em 1995, com um Courage, com o seu filho, algo que afirma ser uma das suas piores derrotas da sua carreira. No final, nunca venceu em La Sarthe, ao contrário do que aconteceu em 1967, onde A.J. Foyt, um dos vencedores, conseguiu à primeira. E foi no Ford sobrevivente!
Mas o que interessa é comemorar o aniversário de uma lenda. Assim sendo, Feliz 75º Aniversário, Mário Andretti!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...