Há precisamente 15 anos, decorria o GP de San Marino, em Imola. Mas nesse dia, no ano de 2000, Jacques Villeneuve comemorava o seu 29º aniversário natalicio, a bordo de um BAR-Honda. A sua segunda temporada ao volante da equipa anglo-americana, com as cores da Lucky Strike, tinha de ser uma temporada bem melhor do que a anterior, que foi tudo senão um desastre completo.
Essa corrida até correu bem, já que terminou nos pontos, na quinta posição. E para o resto da temporada, ainda iria pontuar por mais cinco ocasiões, terminando no sétimo posto, com 17 pontos. Apesar de não ter subido ao pódio. Ele só voltaria no ano seguinte, com dois terceiros lugares, os dois últimos pódios da sua carreira.
Tenho - e tive sempre - a sensação de que depois de ter conseguido o que queria - vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis e o título na CART, e o título mundial na Formula 1 - ele desleixou-se. Conseguiu os seus objetivos, poderia descontrair-se. Um pouco como James Hunt, se quisermos colocar as coisas dessa forma.
Não sei se as pessoas respeitam uma pessoa que só quer tocar o céu por uma vez. Num mundo onde queremos que todos sejam perfeitos a todas as horas, todos os minutos, pedimos a eles, que estão num desporto de elite, onde muitos adorariam estar no lugar deles, para que sejam perfeitos a todoas as horas. Que estejam sempre a lutar pelo título, em todas as corridas, que procurem sempre os melhores lugares, que estejam sempre no topo da forma.
Lembro-me de ver o regresso de Jacques à Formula 1, pela Renault, no final de 2004. Foi penoso, quase risivel, vê-lo numa máquina que daria as chances de vencer, nas mãos de Fernando Alonso. Deu a sensação que se desleixou nesse periodo sabático e no regresso, teve de andar nessas corridas a recuperar o tempo perdido. No final, como sabem, fez mais duas temporadas e saiu pela porta pequena a meio de 2006, substituido por Robert Kubica, que chegou ao pódio... na sua terceira corrida.
Hoje em dia, ele corre de vez em quando. No ano passado, estava no WRX, o Mundial de Rallycross, ao lado de figuras como Tanner Foust, Kem Block ou Petter Solberg. Este ano, já apareceu na prova de abertura da Stock Car brasileira, ao lado do seu companheiro de equipa da BAR desse mesmo ano, Ricardo Zonta. Estava ali para se divertir, uma espécie de cigano do automobilismo. Não se importa de ser rigoroso, só se quer divertir. E se calhar deveriamos ser nós para deixarmos de ser exigentes para os outros e olhar mais para os que estão ali para experimentar coisas novas no automobilismo, divertir-se. Se calhar é essa a ideia do Jacques
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