Sebastian Vettel, no GP da Índia de 2013, reverenciando o carro que lhe deu os seus quatro títulos mundiais.
Hoje é o 28º aniversário natalício deste pilotos alemão de Heppenheim. E esta, creio eu, é a melhor altura de declarar a minha admiração por este piloto. Não vou dizer que é o melhor da sua geração, mas direi que ele é aquilo que mais se aproxima da idolatria.
Tenho hoje uma visão desapaixonada dos pilotos. Não são infalíveis, têm os seus dias maus, não os defendo de modo incondicional. Aliás, mesmo quando na minha infância seguia os feitos de Ayrton Senna, não gostava de algumas atitudes mais musculadas da sua parte. Os pilotos não são deuses, são de carne e osso, e a história demonstrou vezes sem conta, podem acabar por morrer ao volante dos seus carros.
Mas Sebastian Vettel agarrou-me desde aquela tarde chuvosa de Monza. Aquele fim de semana surreal, onde quase parecia que os porcos estavam a voar e as galinhas cresciam dentes, pois nunca se vira um piloto de 21 anos, a bordo de um Toro Rosso, a superar toda a gente, Ferrari e McLaren incluídos, e fazer a pole-position. E depois, a fazer uma corrida irrepreensível, para chegar ao lugar mais alto do pódio. Como a Autosport portuguesa escreveu depois, "A vitória do puto maravilha!"
E a esmagadora maioria das pessoas nem associou a outra mitica vitória, dominante, que tinha acontecido 23 anos antes, no Autódromo do Estoril, a um certo brasileiro...
Aprendi a não ter expectativas, mas sabia que ali, estava um piloto com estofo de campeão, e com uma máquina competitiva, as vitórias e os títulos apareciam com naturalidade. E apareceram: quatro, de seguida, numa era em que ganhou admiradores.
E claro, detratores. Precisamente um ano antes, no mesmo lugar, Fernando Alonso desvalorizava as vitórias de Vettel, afirmando que eram as vitórias do Adrian Newey, o projetista dos seus carros. O piloto espanhol lutava pelo título com o alemão, e usava todas as armas para o destabilizar. Foram declarações infelizes, e só demonstrava a frustração de um piloto que julgava que seria como Schumacher, que seria ele a dominar o campeonato. Andou perto em 2010 e 2012, mas ele saiu da Scuderia sem títulos, e agora, pena na McLaren-Honda, ainda por cima... sem pontuar!
Mas recordo sempre que os fãs mais fanáticos do piloto espanhol pegaram nas declarações do seu ídolo e fizeram de tudo para o diminuir. Os famosos assobios em 2013, onde durante seis corridas seguidas os fãs na tribuna assobiavam sempre que ele erguia o troféu de vencedor... até me admiro como ele teve fair-play e paciência para aturar tudo isso. De uma certa forma, era mais uma atitude de campeão, que demonstrava ter.
Agora, está na Ferrari. E mesmo numa altura em que parece que a Mercedes "come" tudo, Vettel brilha. Aquela vitória na Malásia foi sem dúvida, uma das mais bem conseguidas, do qual abalou a soberba dos alemães de Brackley (quem diria!) e deu a Maranello um piloto para quem possam admirar. Mesmo com carros inferiores - o único mau ano dele foi 2014 - ele demonstrou ser um piloto que tirava o melhor do carro e de si, quando o carro não colaborava. De uma certa forma, conseguia ser mais consistente em termos de resultados do que o veterano Kimi Raikkonen. E é por causa disso que ele é o melhor dos não-Mercedes, no terceiro lugar, bem distante dos Williams e até da sua ex-equipa, a Red Bull.
Poderá ser complicado alcançar mais títulos, mas é por agora. Da maneira como andam as coisas, a Ferrari ainda arranjará forma de voltar aos lugares da frente. E se Vettel lá estiver, será candidato ao título, com certeza.
Até lá... "Alles Gute Zum Geburtstag, Seb!" (Feliz Aniversário, Seb!)
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