Quis o calendário que este ano este dia 5 de setembro calhar num sábado. Exatamente o dia em que aconteceu em 1970. E tal como acontece hoje, estamos em fim de semana de GP de Itália, em Monza. Mas ao contrário do que aconteceu nesse ano, a qualificação correu sem ondas para Lewis Hamilton, que largou na frente dos Ferrari.
Contudo, em 1970, um tempo mais perigoso para o automobilismo, assistimos ao acidente mortal de Jochen Rindt, um dos pilotos mais velozes do pelotão. E o desaparecimento do veloz piloto austriaco acontecia numa altura em que ele era o centro das atenções, por causa do seu dominio no campeonato, graças ao carro que guiava, o Lotus 72. A imagem que coloco aqui, de Bernard Cahier, foi tirada precisamente no fim de semana fatal na pista italiana.
Toda a gente conhece a história de Jochen Rindt na Lotus, e a sua atribulada relação com Colin Chapman. Chegado à equipa no final de 1968, depois de se aconselhar com Jack Brabham, seu patrão - que lhe disse: "se queres ser campeão, vai para a Lotus. Se queres viver, fica na Brabham" - os seus receios sucederam quando teve um acidente em Montjuich devido à quebra da sua asa traseira, causando um nariz partido. Adaptando-se no primeiro ano - que acabou com uma vitória em Watkins Glen - no segundo ano, tinha todas as condições para vencer, graças à nova máquina de Colin Chapman, o modelo 72.
Contudo, o inicio foi atribulado. Rindt sofreu um despiste em Jarama depois de... 200 metros, e jurou que "não pilotaria mais essa m****". Tanto que quando venceu no Mónaco, depois de uma batalha épica com Jack Brabham, ele guiava o modelo 49.
Depois... foi o melhor verão da sua vida. Quatro vitórias seguidas entre o dia 21 de junho e o dia 2 de agosto, o colocaram com 36 pontos e o título mundial à vista. Bastava vencer mais uma corrida e teria o ceptro mundial nas mãos. A sua mulher, a finlandesa Nina, disse depois que ele pensava em largar o automobilismo, depois de ver tantos dos seus amigos morrer. E sabia muito bem da fragilidade dos carros de Chapman.
Depois... foi o melhor verão da sua vida. Quatro vitórias seguidas entre o dia 21 de junho e o dia 2 de agosto, o colocaram com 36 pontos e o título mundial à vista. Bastava vencer mais uma corrida e teria o ceptro mundial nas mãos. A sua mulher, a finlandesa Nina, disse depois que ele pensava em largar o automobilismo, depois de ver tantos dos seus amigos morrer. E sabia muito bem da fragilidade dos carros de Chapman.
A sina de Monza começou com a decisão de tirar os aerofólios dos carros. Há quem diga que foi Chapman, outros dizem que foi obra do próprio Rindt - ele próprio tinha visto vantagens, afirmando que sem eles tinha mais 800 rpm nas retas - mas John Miles, por exemplo, não queria tê-las retiradas e foi contrariado por Chapman. Só que o seu carro tinha uma fragilidade em termos de travões: as correias eram demasiado frágeis para a força necessária para travar numa zona que era a Parabólica. E depois do seu carro ter sido danificado no dia anterior pelo jovem Emerson Fittipaldi, ele usou o carro que deveria ser dele para dar as suas voltas. Deu no que deu.
Rindt passou à história como o "campeão póstumo", que ainda por cima foi completo com uma vitória da Lotus. A tal de Emerson, em Watkins Glen. Mas o mito ficou, e este está bem vivo na sua Austria natal, apesar de ter nascido... na Alemanha. Afinal de contas, é o único piloto a quem fizeram uma ópera.
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