Por estes dias, uma das séries de maior sucesso no Netflix é "Narcos", sobre Pablo Escobar, interpretado pelo brasileiro Wagner Moura. Para quem cresceu no final dos anos 80, como eu, sempre que ouvia algo sobre a Colômbia era que tinha cocaína e Pablo Escobar matava pessoas em catadupa, porque - isso eu não sabia - tinha declarado guerra ao governo local, que queria derrubá-lo para poder transformar o país num narco-estado.
Escobar, como sabem, enriqueceu biliões com o tráfico de coca, ao ponto de poder comprar o país, caso quisesse. Ou caso não conseguisse comprar a pessoa, enchia-o de chumbo. "Plata o plomo". Mas decidiu também passar a aura de "Robin Hood", roubando aos ricos e dando aos pobres. Quando negociou a sua rendição às autoridades colombianas em 1991, ele acertou os seus termos: prisão domiciliária no seu rancho (chamado La Catedral), que tinha entre outras coisas... um zoo particular! E claro, ficar com todos os bens que tinha conseguido até então. Não ficou muito tempo: um ano depois, o estado queria retirar os seus bens e extraditá-lo para os Estados Unidos, mas ele voltou a fugir. E esteve em fuga até o exercito colombiano o matar, a 2 de dezembro de 1993, um dia depois de fazer 44 anos.
Este homem - que derrubou um avião só porque tinha ouvido que lá ia um candidato presidencial - controlava as suas operações em Medellin, a sua cidade natal e transformou o seu cartel no mais temido do país. Mas ele - chegou a ser senador! - também adorava desporto, mais concretamente a velocidade. Entre financiamentos ao clube local Atletico Nacional - que ganhou a Copa Libertadores de 1989 - também em meados dos anos 80 tinha adquirido alguns Porsches, entre eles um 935 de Grupo 5, e um dos 911 IROC, guiado por Emerson Fittipaldi em 1973. E chegou a participar em algumas corridas, como se pode ver nesta foto. Para amador, até se saiu relativamente bem.
Mas o automobilismo foi mais uma das suas muitas atividades numa vida veloz e curta, acabando como muitos dos seus rivais acabaram. Um final adequado para uma pessoa que enriqueceu, destruindo o seu pais pelo meio.
Mas o automobilismo foi mais uma das suas muitas atividades numa vida veloz e curta, acabando como muitos dos seus rivais acabaram. Um final adequado para uma pessoa que enriqueceu, destruindo o seu pais pelo meio.
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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...