Para os que cresceram nos anos 70 a ver os ralis em Portugal, este era um dos carros mais reconhecíveis na estrada. A "bomba verde", este Porsche 911 RS, encantou muitos dos que viveram esse tempo, alguns dos quais até se meteram nesta coisa louca que é o automobilismo. Esse carro era dirigido por Américo Nunes, dono da Garagem Aurora, na cidade do Porto, e teve uma longa e recheada carreira, que terminou em 1983, aos 55 anos, sempre ao volante de Porsches 911, mas por vezes até andou noutros carros da marca alemã, como por exemplo o 906.
Mecânico reconhecido, o seu primeiro Porsche foi um 356 acidentado do qual conseguiu reparar o suficiente para o colocar na estrada. O seu esforço e talento foi rapidamente reconhecido por Evaristo Saraiva, piloto de motociclismo, que o convenceu a participar num rali de iniciados, repartindo as despesas a meias. Foi assim que começou uma carreira que foi recompensada com vitórias - 185, entre velocidade e ralis.
Certo dia, afirmou: “Ainda hoje, o maior prazer que me poderiam dar, seria fechar a Cabreira, a Senhora da Graça ou Arganil e deixarem-me ir uma noite para lá, com lua, com chuva ou com nevoeiro…” Ainda experimentou ir lá fora, nomeadamente no rali de Monte Carlo, em 1972, já com a famosa "Bomba Verde", um 911RS dessa cor.
Nove vezes campeão nacional de ralis entre 1965 e 1978, Américo Nunes morreu esta quinta-feira aos 87 anos, em Lisboa. E o automobilismo português está hoje um pouco mais pobre.
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