Em 1975, Frank Williams estava no inicio da sua carreira como construtor, e as coisas tinham as suas dificuldades. Até ali, tinha adquirido chassis de outras marcas (Brabham), geriu com chassis feitos por encomenda por outras equipas, (De Tomaso, Iso-Marlboro) e em 1974 lá construiu o seu primeiro chassis próprio, batizado de FW04. Nesse ano, tinha arranjado um bom piloto, o francês Jacques Laffite, e conseguido o seu primeiro resultado de relevo, um segundo lugar no GP da Alemanha.
Contudo, se Laffite corria na equipa dele, ao mesmo tempo que tentava vencer o Europeu de Formula 2 (objetivo que conseguiu alcançar), o segundo carro era alugado pela melhor oferta. Pilotos como Tony Brise corriam quando Laffite não podia, mas outros aproveitavam a oferta de correr pelo segundo chassis para pagar as contas das deslocações da equipa. Arturo Merzário pagou por seis corridas, mas outros andaram por lá apenas uma vez, desde o suiço Jo Volanthen até à italiana Lella Lombardi, (na foto, em Watkins Glen) passando pelo sul-africano Ian Scheckter, o italiano Renzo Zorzi e o francês Francois Migault, entre outros.
Tanta gente à volta do mesmo carro fez com que a FIA decidisse a partir dali limitar o numero de pilotos na equipa na mesma temporada. Hoje em dia, esse limite é de quatro pilotos por equipa, do qual nem todos usam, claro. Contudo, hoje surgiu uma ideia relacionada com a única equipa que ainda tem um lugar vago: a Manor Racing, agora gerida por Stephen Fitzpatrick, que no ano passado ajudou a salvar a equipa da falência e que este ano tem motores Mercedes e um piloto garantido, o alemão Pascal Wehrlein.
Com tudo feito e a entrada de alguns nomes de peso na área técnica - Pat Fry, por exemplo - há grandes expectativas sobre quem irá guiar os carros na temporada de 2016. O grande favorito à vaga é o indonésio Rio Haryanto, que pode ter conseguido juntar boa parte do dinheiro que a equipa exige, cerca de 15 milhões de euros, mas poderá haver mais dois candidatos, na figura do britânico Will Stevens e no americano Alexander Rossi.
Ora, hoje surgiu a chance de repartir o lugar... por três. Segundo me conta o meu amigo João Pedro Quesado no seu sitio no Facebook (a fonte é o jornal finlandês Ilta Sanomat), o Comissário, afirma que todos eles pagariam cinco milhões de euros cada um, e a coisas ficariam espalhados nos seguintes termos: sete corridas para cada um, com o indonésio a correr nas corridas asiáticas, Rossi nas corridas das Américas (Estados Unidos, Canadá, México, Brasil e mais três) e Stevens com as corridas europeias. Tenho de procurar a fonte do qual ele afirma ter visto essa chance, mas não é irrealista.
Uma coisa é certa: daria experiência a todos e seria uma forma de compensar os candidatos ao lugar. Mas ter uma confusão destas numa equipa como a Manor só demonstra que as coisas por ali não são lá muito bem geridas. Isto faz me lembrar como eram as coisas na Hispania, em 2010, no seu primeiro ano na Formula 1, onde tiveram quatro pilotos ao longo da temporada: Bruno Senna, Karun Chandhok, Sakon Yamamoto e Christian Klien. E passa uma má ideia na Formula 1, algo do qual Bernie Ecclestone nunca gostou muito e provavelmente poderá estar por trás da razão pelo qual John Booth e Gaeme Lowdon sairam dos seus lugares e decidiram montar a sua equipa na Endurance, comprando um LMP2 e continuando o nome no automobilismo.
Resta esperar pelo dia 22, data em que, alegadamente, será apresentado o novo chassis da Manor. Veremos quem estará (ou estarão) ao lado de Wehrlein.
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