Há 40 anos, o paddock da Formula 1 recebia Hollywood. Tinha ator consagrado, um bom realizador, e a história era aparentemente sólida. As filmagens foram feitas em pelo menos três Grandes Prémios, e havia expectativas de que o resultado seria bom. A realidade provou ser o contrário. Tanto que, 40 anos depois, quando falamos de filmes sobre automobilismo, 95 por cento dos fãs nem se lembram dele, e a geração mais nova nunca ouviu falar.
Na primavera de 1976, Al Pacino estava no paddock da Brabham para as filmagens de "Bobby Deerfield", um drama de Sidney Pollack (que depois faria filmes como "Tootsie" e "África Minha") que tinha como base um drama de Erich Maria Remaque, (o mesmo que escreveu "Tudo Calmo na Frente Ocidental") de seu nome "Heaven Has No Favourites".
O filme segue o livro, que tem como base um piloto de automóveis que enamora de uma mulher (interpretada pela atriz suiça Marthe Keller) que sofre de uma doença em fase terminal. Ela quer viver antes de morrer, e ele se apaixona por ela, que não deseja compromissos. José Carlos Pace é o "duplo" de Deerfield (ou se preferirem, Pacino ficou com o capacete de Pace) e as cenas são filmadas em Kyalami, Zolder e Jarama, todas na temporada de 1976 (ironia das ironias: a temporada que serviu de cenário para "Rush"...)
As cenas automobilisticas só servem de cenário para o filme, que não é grande coisa. Estreado no final de 1977, teve criticas negativas e hoje em dia, o "Rotten Tomatoes" dá uma critica negativa de 22 por cento, afirmando que o filme "é um clássico exemplo de um realizador de Hollywood que chega à Europa e decide fazer cinena de autor" (Time Out dixit).
Hoje em dia, continua largamente esquecido. E se algum dia tiverem a sorte de ver esse filme, verão o porquê.
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