sábado, 11 de junho de 2016

Formula 1 2016 - Ronda 7, Canadá (Qualificação)

Quando a Formula 1 chega a Montreal, os adeptos sentem sempre que vai ser uma corrida fora do normal. Não vai ser uma corrida aborrecida no sentido daquilo que vemos em Barcelona, por exemplo, ou noutro lado qualquer, num dos muitos "tilkódromos" que polvilham o calendário da Formula 1. Vai ser algo do qual, de uma maneira ou outra, vai ser memorável. Ora porque chove, ora porque batem no muro - seja ele dos Campeões ou não - ora porque o Safety Car entra mais vezes do que o normal, ora porque o asfalto não é suficientemente abrasivo para degradar os pneus, etc.

Em suma: há muito que estou convencido que sempre que a Formula 1 chega ali, o espirito de Gilles Villeneuve desce ao circuito com o seu nome e transforma o pelotão em algo do qual nunca é muito aborrecido. Correr em Montreal é sempre diferente, e todos sabem disso.

Neste sábado, havia uma preocupação nas cabeças de todos, e era sobre o tempo que se iria fazer naquele local à hora da qualificação. Uma hora antes, a chuva tinha marcado a presença no local, mas na hora em que máquinas e pilotos começaram a rolar, esta já tinha parado há muito e o asfalto estava seco. E quem não iria participar nesta qualificação era Kevin Magnussen, cujo Renault não ficou pronto a tempo de participar devido ao seu acidente no terceiro treino livre.

Com o Q1 a começar, os primeiros a sair foram os da frente, com Lewis Hamilton  e Sebastian Vettel à cabeça. A preocupação de marcar um tempo antes da aparição da chuva estava na mente de todos, e quanto mais rápido, melhor. Tão rápido que um pedaço do Manor de Rio Haryanto decidiu ganhar vida própria e saiu do seu carro...

Nos minutos a seguir, enquanto que Rosberg melhorava o seu tempo para uns 1.13,714, Joylon Palmer quase imitava o seu companheiro de equipa, ao escorregar e evitar o muro por pouco, conseguindo prosseguir com a qualificação. Mas nos minutos a seguir, a chuva voltou a marcar presença e crescentemente, as condições da pista se alteravam.

Nesse entretanto, Vettel melhorava para 1.13,9 e intrometia-se entre os Mercedes, enquanto que Pascal Wehrlein tentava entrar na Q2 pela primeira vez no ano com um tempo que lhe dava o 15º posto. Em contraste, os Toro Rosso não conseguiam melhorar no asfalto canadiano e andavam a par com os Sauber e o Renault sobrevivente.

E os pingos de chuva eram cada vez mais e maiores, com Palmer de novo a dar nas vistas, roçando o Muro dos Campeões... mas não Haryanto, que bateu noutro muro, na Curva 4, e ficou com um furo. O treino dele acabaria por ali.

No final da Q1, mesmo com as ameaças, o que deu foi que as Renault, Manor e a Sauber ficaram pelo caminho. Kvyat conseguiu melhorar e colocou o outro Manor de fora da Q2. E por esta altura, os radares meteorológicos afirmam que apesar do tempo nublado, não iria chover mais.


Com a Q2 a acontecer, os pilotos saiam para a pista com os ultra-macios, e o Muro dos Campeões reclamou a sua primeira vitima do fim de semana, com Carlos Sainz Jr. a bater forte e a dar cabo da suspensão traseira direita, arrastando o carro por algumas centenas de metros, parando no outro lado da reta da meta. A organização não teve outro remédio senão acenar as bandeiras vermelhas, para tirar o carro dali.

Poucos minutos depois, a qualificação continuou, sempre com a ameaça de chuva no ar, e sempre com os pilotos a saírem para a pista com os compostos ultra-macios. Os pilotos da Williams foram os primeiros a marca um tempo na casa do 1.14, com Massa a ser o melhor, com 1.14,130. Mas claro, os Mercedes melhoraram, com Hamilton a fazer 1.13,076, com Nico Rosberg a fazer 1.13,094. O único que os acompanhava era Kimi Raikkonen, com 1.13,849. Os Red Bull melhoraram um pouco, com Daniel Ricciardo a conseguir 1.13,541 e e Max Verstappen a ficar um pouco atrás, com 1.13,793. Bottas melhorou um pouco depois, conseguindo passar o holandês, enquanto que Vettel conseguia apenas o sétimo melhor tempo, com 1.13,857.

Na parte final, parece que os oito primeiros já estavam encontrados, e a grande briga era pelos últimos lugares da Q3 entre os Force India de Nico Hulkenberg e Sergio Perez, os McLaren de Fernando Alonso e Jenson Button e o Toro Rosso de Daniil Kvyat. Felipe Massa também saiu para a pista, tentando ver se conseguia melhorar os seus tempos e ficar a salvo de qualquer perigo. No final, Fernando Alonso conseguiu o seu lugar na Q3, à custa de Button, enquanto que Nico Hulkenberg conseguiu o seu lugar, à custa de Sergio Perez, que ficou com o pior lugar possível, o 11º tempo. Daniil Kvyat também fica eliminado, ficando atrás de Perez e Button.

E agora, estávamos na Q3, ainda com a ameaça de chuva sob as suas cabeças. Os pilotos não mudaram do tipo de pneus, continuado com os ultra-macios, e os primeiros tempos não tardarem a surgir. Ricciardo conseguiu 1.13,521, mas Hamiltom melhorou, com 1.12,812, com Rosberg a conseguir um tempo 62 milésimos pior do que o britânico. Verstappen era o terceiro, a seis décimos dos Mercedes, numa altura em que Vettel tirou pintura do Muro dos Campeões... mas o carro nada sofreu.

Na parte final, os Mercedes impuseram a sua superioridade. Ninguém conseguiu batê-los e Lewis Hamilton foi o melhor pelos tais 62 centésimos. Sebastian Vettel conseguiu o terceiro posto, mas com um tempo 162 centésimos mais lento do que os Flechas de Prata. Um grande esforço, mas sem resultado. Os Red Bull ficaram com os lugares seguintes, com Ricciardo a ser superior do que Verstappen, com Kimi a ser sexto, na frente de Valtteri Bottas, Felipe Massa, Nico Hulkenberg e Fernando Alonso.

E assim terminava a qualificação do GP canadiano. As ameaças de chuva não passaram disso mesmo, mas nada garante que o mesmo se passe amanhã para a corrida. A acontecer, a incerteza, sempre aquilo que faz o circuito de Montreal e a corrida canadiana aquilo que nos faz fascinar, estará mais presente do que nunca.

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