As emoções de ontem na qualificação da corrida húngara, com a qualificação chuvosa e as polémicas regulamentares, quase nos fez esquecer o que esta corrida é na realidade: um circuito travado com poucos pontos de ultrapassagem. E com corridas muito aborrecidas, onde olhamos para o relógio, como uma criança rabugenta, que pergunta constantemente aos pais se já chegamos a determinado lugar.
E para piorar as coisas, as emoções dos últimos anos tinham-nos feito esquecer isso tudo e feito subir a corrida húngara na nossa consideração, esquecendo esse lado mau. Pois bem, a corrida desta tarde iria fazer com que voltassemos a ter esses pensamentos, apesar das lutas que houve entre os seis primeiros, cada um no seu grupo. E esse foi basicamente o resumo desta corrida, numa tarde de verão no centro da Europa.
A partida começou com os Mercedes a defenderem-se das Red Bull, especialmente Daniel Ricciardo, que por momentos passou Nico Rosberg, mas depois foi superado pelo segundo Mercedes, já que Lewis Hamilton, que chegou a ter o australiano do seu lado, acabou por ficar com o comando da corrida. Verstappen também tentou a sua sorte, mas não conseguiu mais do que o quarto posto. Sebastian Vettel era quinto, na frente de Fernando Alonso.
A primeira retirada deveria ser de Jenson Button, na quinta volta. Ele tinha ficado sem pressão hidraulica no seu McLaren. Contudo, ele continuou e claro, isso não veio sem polémica, por causa das comunicações de rádio, pois disseram algo que não devia, e ele foi sujeito a "drive-through" pelas boxes.
Por alturas da volta 16, começou com a primeira roda de passagens pelas boxes. Não houve grandes alterações na classificação, e tudo indicava que estavamos a caminho de uma corrida aborrecida. Contudo, na volta 22, Rosberg começou a aproximar-se de Hamilton, numa altura em que Daniel Ricciardo começava também a ganhar tempo, com voltas um segundo mais velozes do que os Mercedes! Mas isso pouco ou nada deu, por alturas da volta 37, altura em que começaram a segunda passagem pelas boxes.
E se ainda não tinham olhado para o relógio, esta agora seria o melhor momento, pois não havia grandes lutas por lugares e os carros quase andavam em fila indiana, sem grandes lutas. O tempo parecia que passava devagar e começamos a pensar nas corridas dos anos 80, onde se fazia uma corrida contra o tempo, para saber se iriam chegar antes do limite das duas horas...
Na volta 53, os Mercedes estavam bem perto um do outro, a ponto de qualquer atrasado poderia ser um fardo. Esteban Gutierrez chegou a ameaçar ambos, mas não houve nada. Atrás, Kimi Raikkonen também lutava por posições com Max Verstappen, mas na volta 58, o finlandês atacou o jovem holandês tentou bloquear a ultrapassagem. O toque foi inevitável, mas os estragos foram minimos, com o finlandês a ser o maior prejudicado, pois parte da sua asa foi arrancada.
Na volta 63, Hamilton já tinha Rosberg a respirar na sua traseira, mas isso tinha acontecido por causa de um excesso do inglês, pois logo depois, ele afastou do alemão. Atrás, Raikkonen continuou a acossar o jovem holandês da Red Bull, mas sem efeito. E na frente, Vettel também acossava Ricciardo, mas o australiano aguentava-se.
No final, não houve ultrapassagens. Lewis Hamilton foi o grande vencedor e claro, ficou com o comando do campeonato. Durou onze corridas para fazê-lo, mas conseguiu. E com agora seis pontos de vantagem, e com o GP da Alemanha na próxima semana, se for como hoje, já saberemos como isto vai acabar. O filme é o mesmo desde 2014... só resta saber se vai acontecer antes ou em Abu Dhabi.
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