Há muitos programas sobre automóveis na televisão, seja ela em canal nacional, seja ela na TV por cabo. Alguns são desinteressantes, meramente informativos, outros são puro entretenimento. Logo, raros são aqueles que informam, educam e entretêm. Dos poucos que cabem nesse último critério, o "Wheeler Dealers" (Jóias Sobre Rodas em Portugal e no Brasil) era um deles. Apresentado por Mike Brewer - o vencedor - e Edd China - o mecânico - era uma formula de sucesso que existia desde 2003 até aos dias de hoje. E digo "era", porque o Jalopnik anunciou esta terça-feira que Edd China decidiu abandonar o programa, alegando "diferenças criativas".
E ele explica isso tudo no video que coloco aqui em cima. Ali, ele fala:
"Infelizmente, em sua primeira tentativa de produzir o programa, o pessoal do Velocity achou o Wheeler Dealers 'muito difícil de fazer, no seu formato atual'. Em especial a cobertura detalhada e profunda de meu trabalho na oficina, que eu considero ser a espinha dorsal e o diferencial do programa, são algo que deve diminuir na opinião do Velocity. Os trabalhos na oficina são, sem dúvida, a parte mais difícil de fazer, e reduzir sua substância e papel no programa vai economizar tempo, esforço e, consequentemente, dinheiro.
No entanto, esta nova direção é algo que não me deixa confortável, pois eu acredito que as reduções que eles me pediram para fazer comprometeriam a qualidade do meu trabalho e acabariam com a minha integridade e a do programa. Então eu cheguei à conclusão de que minha única opção é deixar o Velocity seguir em frente com a empreitada, sem mim.
E ele explica isso tudo no video que coloco aqui em cima. Ali, ele fala:
"Infelizmente, em sua primeira tentativa de produzir o programa, o pessoal do Velocity achou o Wheeler Dealers 'muito difícil de fazer, no seu formato atual'. Em especial a cobertura detalhada e profunda de meu trabalho na oficina, que eu considero ser a espinha dorsal e o diferencial do programa, são algo que deve diminuir na opinião do Velocity. Os trabalhos na oficina são, sem dúvida, a parte mais difícil de fazer, e reduzir sua substância e papel no programa vai economizar tempo, esforço e, consequentemente, dinheiro.
No entanto, esta nova direção é algo que não me deixa confortável, pois eu acredito que as reduções que eles me pediram para fazer comprometeriam a qualidade do meu trabalho e acabariam com a minha integridade e a do programa. Então eu cheguei à conclusão de que minha única opção é deixar o Velocity seguir em frente com a empreitada, sem mim.
Na realidade, Edd mandou passear os novos donos do programa, o canal Velocity. Eles adquiriram os direitos do "Jóias Sobre Rodas" há uns tempos, em 2015 - daí eles se terem mudado para a California - e disseram a Edd que os seus segmentos eram... aborrecidos, e queriam que ele agilizasse, em nome da "atração" do programa. Como Edd sabia que essa parte era importante para instruir os espectadores, decidiu arrumar as coisas e seguir a sua vida. Em suma, tem princípios. Ótimo para ele.
Contudo, "Wheeler Dealers" vai continuar. O seu substituto será Ant Ansted, antigo apresentador de um programa, "For The Love of Cars", ao qual o muito alto Edd (tem 2.01 metros!) desejou-lhe sorte. E como já viram em cima, o Edd vai fazer o seu próprio canal no Youtube, do qual vou ver se sigo o mais possível.
É que... sabem, quilo que ele faz é útil, eu não ficaria espantado se o canal dele não contasse dentro em breve com algumas centenas de milhares de seguidores. Porque ele tem carisma para isso. Isso... e os sofás automobilísticos que ele faz.
É que... sabem, quilo que ele faz é útil, eu não ficaria espantado se o canal dele não contasse dentro em breve com algumas centenas de milhares de seguidores. Porque ele tem carisma para isso. Isso... e os sofás automobilísticos que ele faz.
Como é óbvio, não tenho nada contra programas de entretenimento sobre automóveis. O "Top Gear" e o "The Grand Tour" são programas desse tipo e nos entretêm. Mas a formula de sucesso está numa mistura de carros de sonho, desafios automobilísticos e o carisma dos apresentadores. É por isso que os "Três Estarolas" - James May, Jeremy Clarkson e Richard Hammond - funcionam muito bem, onde quer que andem e em que programa estão, e os novos apresentadores do Top Gear são o que são depois da cacofonia da temporada anterior.
Mas meter entretenimento em programas de restauração de carros, por exemplo, não funciona muito bem. O "gearhead" é seletivo e picuinhas. E esses gostam mais de um "Wheeler Dealers" do que um "Fast n'Loud" com aqueles senhores do "Monkey Garage", liderados por Richard Rawlings e Aaron Kaufmann. Depois de ver muitos programas, posso dizer com toda a certeza que ele é irritante, e daquilo que já ouvi nos últimos tempos, ambos já se separaram e não vão apresentar mais o programa juntos. E por estes dias anda a passar a nova temporada do "Car SOS" com o Tim Shaw e o Fuzz Townsend, que é um híbrido entre entretenimento, causa e informação, e também gosto de o ver, confesso.
E claro, ao fim de um certo tempo, as pessoas cansam-se desse tipo de programas. Sabemos que quando acabam com um programa, as coisas podem sair pela culatra. Foi o que aconteceu com o Jeremy Clarkson, que manteve a popularidade depois dos eventos de março de 2015, onde esmurrou um produtor do programa e foi despedido da BBC. Montou o novo programa, arrastando os seus amigos, e nada foi beliscado. E mesmo o próprio Top Gear, com os novos apresentadores, parece que começa a recuperar o que é verdadeiramente um programa de automóveis, mostrando que podem conviver uns com os outros.
Em suma, nós, "petrolheads", temos os nossos gostos. E temos a sensação de que nos tiraram o doce da nossa boca em nome do espectáculo. E sentimos que, a partir de agora, nada vai ser como dantes. Mas os programas de automóveis continuarão a existir na televisão, e como já vimos nos últimos anos, nesta era de redes sociais, que todos têm o seu lugar ao sol.
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