Há sempre um bom motivo para ver o GP do Canadá. Aliás... vários. O horário nem é mau de todo - aqui, é visto quase na hora do jantar - mas ao saber do histórico desta corrida e onde é disputado, num circuito como é o Gilles Villeneuve, sabemos perfeitamente que nunca será aborrecido. Pode acontecer uma ou outra corrida chata, disso ninguém escapa, mas correr por ali não é... normal.
O dia tinha começado primaveril, a temperatura estava alta, mas pela hora da corrida estava parcialmente nublado. O vento fazia-se sentir em Montreal com força, e a corrida já começava com Pascal Wehrlein a partir das boxes, porque o pessoal da Sauber teve de trabalhar no seu carro para além da hora em que deveria estar alinhado na grelha. Já Lewis Hamilton, emocionado por ter feito a pole, igualado Senna e receber uma réplica do seu capacete - o verdadeiro chegará mais tarde a sua casa - queria ver se conseguia contrariar a chance de Sebastian Vettel o superar e alargar ainda mais a sua liderança no campeonato.
A partida começou antes, quando Daniil Kvyat parou na pré-grelha com o seu Toro Rosso, mas quando a coisa aconteceu, Max Verstappen surpreende toda a gente passando para o segundo lugar. Atrás, Carlos Sainz Jr e Romain Grosjean batem, com o espanhol da Toro Rosso despista-se fortemente e bate em Felipe Massa, causando caos e entra o Safety Car no inicio da segunda volta. E no meio disto tudo, Sebastian Vettel tinha danos na asa, mas decidiu manter-se na pista.
A corrida recomeçou na volta 4 com Hamilton a tentar distanciar-se de Verstappen, enquanto que Raikkonen caia para sétimo, passado por Sergio Perez. O alemão acabou por ir às boxes na volta sete, caindo para o fundo do pelotão, fazendo com que a chance de pontuar tinha diminuído bastante. Mas foi sol de pouca dura: o alemão queixou-se que a sua nova asa soltou mais uma parte.
Na volta 11, o carro de Max Verstappen sofreu uma avaria e deixou o piloto holandês na mão, deixando a organização a decidir por um Safety Car Virtual... o que mostrava que em menos de onze voltas... tínhamos corrida. Demorou três voltas até que voltasse a bandeira verde, e em poucas voltas - a partir da 18ª passagem pela meta - os pilotos da frente começaram a meter pneus. Primeiro Raikkonen, depois Ricciardo e Perez, todos mudaram de pneus. Bottas parou na volta 24, mas havia quem ficasse mais tempo, como Alonso e Ocon, que chegou a ser...segundo!
No meio disto tudo, Esteban Ocon era segundo classificado, sem trocar de pneus do seu Force India, o que mostrava que o desgaste destes pneus era muito baixo numa pista pouco abrasiva como é o do Canadá. Aguentava os ataques de Valtteri Bottas, enquanto que Lewis Hamilton afastava-se o suficiente para poder fazer uma pragem nas boxes decente, o que aconteceu na volta 32. Ocon parou também na mesma volta, caindo para a sexta posição, entre os Ferrari.
E quem sobrava? Fernando Alonso, que era oitavo, e tentava marcar os primeiros pontos para a McLaren. Aliás, os McLaren não trocaram de pneus até à volta 43, numa altura em que luta pelo oitavo posto com Nico Hulkenberg.
Ocon tratou de atacar Raikkonen pelo quinto posto, para ver se os pneus mais frescos conseguiram fazer a diferença perante os pneus do Ferrari do finlandês, fê-lo aproximar, mas a performance com estes pneus nem sempre tem resultado imediato, ainda por cima numa pista como Montreal. Contudo, na frente, Hamilton estava tranquilo, caminhando calmamente para a vitória... se nada acontecesse ao carro ou se cometesse algum erro.
Na volta 43, Kimi voltava às boxes para uma segunda paragem, caindo para o sétimo posto, numa altura em que Sergio Perez atacava Daniel Ricciardo para... o terceiro posto. Com essa luta, Ocon e Vettel aproximaram-se para fazer disso uma "luta a quatro", embora o alemão da Ferrari tinha os pneus mais degradados. Tanto que parou na volta 50 para troca por ultra-brandos.
A partir dali, com os dois primeiros lugares definidos, a ação acontecia no terceiro lugar, com Ricciardo a tentar aguentar os Force India, enquanto que Raikkonen e Vettel estavam a ganhar segundos. Na volta 62, o alemão aproveitou o erro de Kimi para ser sexto, e tentar a sua sorte contra os Force India. Vettel acabou a atacar, e a quatro voltas do fim, passou Ocon, mas depois de Perez se ter defendido dos ataques do piloto francês.
E a duas voltas do fim, o motor de Fernando Alonso quebrou de novo. Numa atitude diferente do normal, o piloto espanhol decidiu ir à bancada, entregar as luvas aos fãs e não ficou muito longe de sair dali em roupa interior...
E na frente, Hamilton venceu de novo, sem problemas, e dando à Mercedes mais uma dobradinha, pois Bottas foi segundo. Ricciardo foi terceiro, aguentou os ataques dos Force India e ficou na frente de Vettel. E no final, Perez conseguiu o quinto posto, na frente de Ocon. Depois vieram Raikkonen e Hulkenberg, e Lance Stroll conseguiu o nono posto, os seus primeiros pontos na Formula 1, na frente de Romain Grosjean.
Com isto, Hamilton igualava Vettel em termos de vitórias, três contra três, e a Mercedes marcou o número máximo de pontos possivel. Mas estamos ainda a começar o segundo terço do campeonato, logo, ainda há muito para ver. E há duelo!
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