segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A insegurança de São Paulo e a decadência do Brasil

A falta de segurança no Brasil é mais do que sabido, especialmente nas grandes cidades. Contudo, no fim de semana de Interlagos, o resto do mundo conheceu da pior forma que o Brasil não é um lugar seguro para estrangeiros. Elementos da Mercedes, da FIA, Williams, Sauber e da Pirelli foram assaltados ou foram vitimas de tentativas de assalto ao longo do fim de semana brasileiro e pilotos como Lewis Hamilton não deixaram de exprimir a sua indignação pela falta de segurança na cidade.

Pois bem. teve consequências: esta tarde, a Pirelli e a McLaren anunciaram que o teste de dois dias, com Lando Norris ao volante, foi cancelado, alegando falta de segurança. Para um país que vai ficar sem pilotos brasileiros no pelotão desde 1969, é um sinal da decadência que alcançou.

Sobre o problema de segurança, esta tarde, o site Grande Prêmio disse que os policiais não puderem atuar devido a uma proibição vinda das autoridades locais de não saírem fora de áreas designadas. E a razão? Marketing. Um agente - que não foi identificado - disse isso à Rádio Bandeirantes. Segundo conta esse testemunho, os agentes estavam até proibidos de se ausentarem dos seus postos para se alimentarem, beberem água ou até ir à casa de banho. Os policiais afirmam que tudo isto poderá ter servido para facilitar os crimes que aconteceram em Interlagos.

O Brasil está a atingir um ponto baixo. Em 2018, não terá pilotos no pelotão, algo inédito em quase meio século. O GP do Brasil, um dos clássicos - está no calendário desde 1973, primeiro em Interlagos, depois em Jacarépaguá, para voltar a São Paulo em 1990 - está a ter dificuldades em arranjar financiamento. Alia-se a isso o mau estado do automobilismo interno brasileiro, com a falta de categorias de promoção, a baixa qualidade dos seus pilotos, e à especulação imobiliária - que fez com que Jacarépaguá fosse demolida a favor da construção do Parque Olímpico para os Jogos do Rio de Janeiro - faz com que se tema pelo futuro do autódromo, construído em 1940.

É que o atual perfeito de São Paulo, João Dória, é a favor da privatização do autódromo, que até dá lucro em termos de realizações desportivas e outros eventos, como concertos de musica. Muitos são contra, afirmando temer que o autódromo tenha o mesmo destino da Jacarépaguá, eventualmente demolido para dar lugar a complexos habitacionais de classe alta. E para isso acontecer, basta que haja algumas coisas, como a retirada do circuito do calendário da Formula 1 e sua degradação, fazendo com que os eventuais proprietários, a serem privados, achem que o melhor seria encerrar a pista e construir casas. 

Por estes dias, tenta-se evitar a privatização do autódromo, em termos politicos, mas se não for forte o suficiente, poderá ser uma batalha perdida, fazendo com que o automobilismo no Brasil caia na irrelevância. Por muitas e boas razões, as coisas por lá estão a degradar-se. E quando o país não vê ninguém interessante a chegar à Formula 1, depois de Felipe Massa, parece que estão a colocar mais pregos no caixão. O que é pena. 

1 comentário:

  1. Realmente.. sao paulo e triste. Sou de SC e fui sabado e domingo em interlagos.. nao tive problemas, mas tb nao sai da area do autodromo obde tinham muitos policiais.. agora, o autodromo em si esta otimo dentro da pista, é só chegar e ver os alambrados enferrujados e tipos de alimentaçao no setor A que percebemos a decadencia desse pais.. comida ruim e cara. E uma pena pq esse esporte apesar eh sensacional

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