Com tudo resolvido em termos de campeonato, agora o que tempos por aí até ao cumprir do calendário não passa de competição pura. Mas se calhar é esse tipo de competição que os fãs poderão gostar mais. Ver bons desempenhos, sem ser pragmático ou querer olhar para a tabela de pontuação e usar a cabeça para arranjar estes ou aqueles pontos... não. É competição pura e dura, e em muitas ocasiões, é onde acontecem algumas excelentes corridas.
Interlagos é um bom local para isso tudo. Já virou um clássico do automobilismo, apesar dos sinais de decadência em termos de lugar e de país. A segurança tornou-se numa questão pertinente, especialmente quando membros de algumas equipas foram assaltadas à saída do circuito, incomodando muita gente.
Mas... sem chuva, a qualificação começou com uma surpresa. Estão a ver o título conquistado e aquilo que escrevi no primeiro parágrafo? Pois bem, Lewis Hamilton estava tão descontraído que se despistou no Laranjinha, quando tentava fazer a sua primeira volta rápida. Resultado final: batida e largada de último. Na realidade, não tanto de último por casa dos penalizados, Daniel Ricciardo e os pilotos da Toro Rosso. Ora bolas!
Ora, com Hamilton fora de combate, parecia que a pole poderia ir para alguém como os Ferrari, que teriam melhores chances para tal, ou então Valtteri Bottas e Max Verstappen, este último que está na mó de cima, com dois pódios (um deles uma vitória), nas últimas três corridas do campeonato.
A bandeira verde voltou a ser mostrada oito minutos depois, e claro Vettel aproveitou, marcando o melhor tempo, abaixo do um minuto e 10 segundos (1.09,796), seguido de Verstappen. As coisas andaram assim até ao final da Q1, com os Sauber, o Toro Rosso de Pierre Gasly e o Williams de Lance Stroll entre os eliminados.
Quando começou a Q2, a chuva caiu um pouco. Os pilotos foram para a pista o mais depressa possível para marcar um tempo antes que saíssem prejudicados. Foi logo ali que Valtteri Bottas baixou o tempo para 1.08,901, estabelecendo novo recorde da pista. Os Ferrari vieram a seguir, e Fernando Alonso, bem como Felipe Massa, também marcaram bons tempos, os suficientes para passar para a Q3, o que era interessante. Aliás, nesta altura, Massa tinha um tempo que o colocava entre os Red Bull, um pequeno feito.
Bottas acabou a Q2 melhorando o seu tempo para 1.08,638, estabelecendo-se no topo da tabela de tempos, mas a seguir, Vettel faz 1.08,434 e fica com o primeiro posto, com Versatapen, Raikkonen e Ricciardo logo atrás. Alonso e Massa também iam para a Q3, bem como os Renault de Nico Hulkenberg e Carlos Sainz Jr. Sergio Perez completou o "top ten", deixando para trás Esteban Ocon, Brendan Hartley, Stoffel Vandoorne e os Haas de Romain Grosjean e Kevin Magnussen.
A Q3 começa com a incerteza no tempo, logo, quando mais cedo marca tempo, melhor. Bottas chegou e fez 1.08,442, com Vettel a reagir e fazer 1.08,360. E numa altura ideal, porque a chuva começava a intensificar-se.
Mas Bottas não desistiu e por fim, resolveu tudo com um 1.08,322, sem tempo para a Ferrari reagir. Vettel tentou, mas cometeu um erro e não conseguiu. E com Raikkonen também a não conseguir nada, era Valtteri Bottas que marcava mais uma pole para a Mercedes e a sua terceira da temporada... e da carreira.
Assim, a corrida de amanhã transformou-se num bom motivo de interesse para seguir. De uma certa forma, parece-se com o México, com Hamilton a partir do fundo da grelha, procurando por posições, tentando chegar o mais alto possivel, enquanto que o seu rival vai partir mais à frente, tentando diminuir a diferença entre os dois. Aliás, Hamilton disse logo a seguir que iria partir das boxes na corrida de amanhã. A parte chata é que o campeonato já está decidido...
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