Há precisamente 35 anos a Formula 1 começava a sua temporada em Jacarépaguá. E essa era uma temporada decisiva, pois é a altura em que as equipas irão trocar os seus motores, dos Cosworth para os Turbo. Foi também uma altura em que os regulamentos mudaram fortemente, acabando com o efeito-solo e os carros passaram a ser mais de acordo com o que foram naquela década.
Para além disso, foi uma corrida onde se estreou aquele que é provavelmente num dos chassis mais interessantes desenhados por Gordon Murray: o BT52, com motor BMW Turbo. É sabido que a Brabham tinha desenhado um carro para 1983, o BT51, e estava mais do que pronto para essa temporada. Mas em dezembro, a FISA decide mudar tudo, abolindo o efeito-solo. Se algumas equipas decidem apenas colocar uma placa de titânio ou fibra de carbono no fundo dos seus carros, como solução provisória - podem ver que o Renault RE40 não é muito diferente do seu modelo anterior... - Murray decide que o carro tinha de ser bem diferente. E assim nasce o BT52, com os radiadores perto do motor e praticamente fica sem flancos.
Curiosamente, outras equipas fazem a mesma coisa. A Ligier, com o seu JS21, acabou por ser um desastre e não marcou qualquer ponto.
Mas a vitória de Nelson Piquet - praticamente uma vingança pela vitória que lhe tinha sido tirada no ano anterior porque o seu carro estava abaixo do peso mínimo - mostraria que o projeto e a aposta num carro tão radical como aquele tinha valido a pena. Contudo, faltava o resto do ano para alcançar o maior objetivo: ser campeão.
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