A imagem descobri numa matéria escrita no ano passado no site Petrolicious. A matéria em si fala sobre o Porsche 911 descapotável que pertenceu a Roland Ratzenberger e tinha como passageiro Rudolf Ratzenberger, o pai de Roland. Agarrado ao seu capacete, tem uma pose digna, com uma mistura de orgulho e tristeza pelo seu filho, o que foi e o que fez na sua vida. Viveu para um sonho, é o que está escrito na sua campa, em Salzburgo.
Rudolf não queria que Roland fosse piloto. Não achava que fosse uma profissão digna desse nome e ambos não falaram um com o outro por muitos anos. A reconciliação aconteceu em 1991, quando ele venceu os 1000 quilómetros de Suzuka, e nos meses antes da morte do filho. Quando o viram no seu Simtek e ele a falar com orgulho naquilo que tinha alcançado. De uma certa forma, ele entendeu o porquê da sua teimosia, do seu foco.
“Minha melhor lembrança de Roland é de 1991”, diz Rudolf Ratzenberger, “ele ligou para casa depois de vencer os 1000 quilómetros de Suzuka. Eu nunca o ouvi tão feliz e orgulhoso. Essa vitória levou-o a se tornar enormemente popular no Japão. Eu aprecio essa memória".
E fez amigos no meio, o que é raro nos dias de hoje. Um deles foi Mika Salo, que correu com ele no Japão, e dizia que juntava o que podia, apesar de ganhar muito bem na Toyota: meio milhão de marcos por ano, o que era muito dinheiro na altura.
“Para Roland, as corridas eram um trabalho”, começou por dizer o ex-piloto finlandês. “Ele adorava, achava que era o melhor trabalho do mundo e queria ser o melhor nisso, mas também era o que o fazia viver. Ele levou isso muito a sério. Eu nunca o vi gastar um centavo. Ele faria tudo por você e o ajudaria onde quer que ele pudesse, mas ele não compraria o jantar para você. Eu até dei a ele minhas roupas velhas, que ele usaria alegremente. Ele estava economizando todo o dinheiro para comprar uma casa em Salzburgo.
A grande excepção? O Porsche. Hoje em dia, pertence a Harald Manzl, outro amigo pessoal de Ratzenberger.
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