A Porsche vai se dedicar em 2018 a fazer uma "tournée de despedida" do seu modelo 919 Hybrid. E neste domingo, em Spa-Francochamps, decidiu tentar bater o recorde da volta mais rápida no circuito belga. E conseguiu: a partir de hoje, o recorde é de 1.41,770 (apesar do 1.41,8 na placa), e pela primeira vez desde 1971 que o recorde da pista pertence a um não-Formula 1, o que é um feito.
Contudo, este é um carro "retirado". Não participa no Mundial de Endurance, não está conforme as regras da FIA, é mesmo para bater recordes e tentar alcançar alguns feitos. A barbatana não está conforme, a asa é diferente, a frente é aerodinâmica, sem faróis... é um "one-off", como muitas das vezes fez a Porsche com o 917, quando no final de 1971 a FIA decidiu ilegalizar os carros com motores de 5 litros, para favorecer os de três litros, iguais aos da Formula 1. Os carros, nessa altura, foram usados para bater recordes de velocidade e a andar noutras categorias como a Can-Am e consagrar a carreira de pilotos como Mark Donohue e George Follmer, por exemplo.
Não se sabe se é um híbrido puro, se tiraram os MGU's e é um puro motor a gasolina, não se sabe quantos cavalos faz, quantos turbos tem incluídos, mas pelas reações que andei a ler, os "porschistas" deliram. Estão a sonhar, não se importam com os detalhes. E se calhar é isso que querem: sonhar. E a Porsche deu-lhes esse sonho.
Em agosto, se não chover, Lewis Hamilton ou Sebastian Vettel poderão bater esse recorde nos seus carros. Mas até lá, os carros alemães têm o seu dia de glória. E a seguir, irão tentar apagar dos registos o mítico recorde de Stefan Bellof no Nurburgring Nordschleife, que já têm 35 anos, a bordo de um 956. Se conseguirem, uma coisa é certa: é um recorde que não sai em casa.
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