Duas semanas depois da atribulada corrida em Interlagos, as coisas foram complicadas no campo de saber quem era o verdadeiro vencedor do GP brasileiro, por causa da interrupção da prova no inicio da volta 56 e da ultrapassagem de Giancarlo Fisichella a Kimi Raikkonen. Depois de uma semana de visualização de imagens, chegou-se à conclusão que o piloto italiano tinha começado essa volta na frente quando a bandeira vermelha foi mostrada.
Assim sendo, numa manifesta demonstração de "fair play", fez-se uma discreta cerimónia na pista de Imola, onde Raikkonen e Fisichella trocaram os troféus respectivos. Para a Jordan, iria ser a sua última vitória na sua história.
A Ferrari planeava estrear ali o seu Ferrari F2003-GA (as iniciais eram uma homenagem a Gianni Agnelli, morto em janeiro desse ano), mas problemas de fiabilidade fizeram com que adiassem essa estreia para Barcelona. Mas no meio disto tudo, havia angustia no seio da familia Schumacher. Elisabeth, a mãe de Michael e Ralf, estava gravemente doente e esperava-se que nao sobrevivesse ao fim de semana, o que causava grande angustia na familia.
Mesmo assim, foram suficientemente profissionais para no final da qualificação, Michael Schumacher conseguiu ser o melhor, seguido pelo seu irmão Ralf Schumacher, no seu Williams-BMW. Na segunda fila estavam Rubens Barrichello, no segundo Ferrari, seguido pelo segundo Williams-BMW de Juan Pablo Montoya. Mark Webber voltava a surpreender com o seu Jaguar-Cosworth, na frente do McLaren-Mercedes de Kimi Raikkonen, enquanto que Jacques Villeneuve largava de sétimo, na frente de Fernando Alonso, no seu Renault. E a fechar o "top ten" estavam o BAR-Honda de Jenson Button e o Toyota de Olivier Panis.
O dia da corrida começou mal, com a noticia da morte da mãe de Michael e Ralf, que acontecera a poucas horas da corrida. Ambos os irmãos conferenciaram e decidiram que iriam correr. Levaram mangas pretas e caso fossem ao pódio, não iriam espalhar champanhe, em sinal de luto. E mal acabassem as suas tarefas, voltariam a Colónia para o velório e subsequente funeral.
Na partida, Michael perdeu o primeiro posto para o seu irmão Ralf, mas pior ficou Webber, que também largou mal e caira para o 11º posto no final da primeira volta. Atrás, Coulthard tinha ganho quarto posições, de 11º para oitavo, e ia atrás do seu companheiro de equipa, Kimi Raikkonen.
Ralf manteve a liderança até por alturas dos reabastecimentos, na volta 15, quando perdeu para o seu irmão Michael. Raikkonen andou perto deles, e no final da volta 18, com o piloto da Ferrari nas boxes, foi ele a ficar com o comando até à volta 22, altura em que foi reabastecer. Schumacher manteve a liderança mesmo a tendo perdido no seu segundo reabastecimento para Rubens Barricehllo, na volta 50. A partir daqui, nas voltas finais, o finlandês tentou apanhar o alemão da Ferrari, mas nesse dia, ele não ia deixar que o apanhassem.
No final, Schumacher aguentou os ataques de Raikkonen e festejou a sua primeira vitória do ano num dos quintais da Ferrari. Rubens Barrichello fechou o pódio, na frente de Ralf Schumacher. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o McLaren de David Coulthard, o Renault de Fernando Alonso, o segundo Williams de Juan Pablo Montoya e o BAR-Honda de Jenson Button.
Na geral, Raikkonen alargava a sua liderança para 32 pontos, contra os 19 de David Coulthard e os 18 de Michael Schumacher. Agora, rumavam para Barcelona, para dali a duas semanas acontecer o GP de Espanha.
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