terça-feira, 19 de junho de 2018

A imagem do dia

Pierluigi Martini passando pela estátua do Espirito de Detroit, um dos monumentos icónicos da cidade americana, durante o fim de semana do GP americano de 1988. Há precisamente 30 anos, a Minardi alcançava o seu primeiro ponto da história, graças a um piloto que estava a aproveitar a sua terceira chance de guiar um Formula 1. 

Quando Giancarlo Minardi chamou Martini para correr num dos seus carros no GP dos Estados Unidos de 1988, ele tinha 27 anos e iria ser a sua terceira chance de andar num Formula 1, e as suas duas tentativas anteriores tinham sido um fracasso. 

Nascido a 23 de abril de 1961, Martini tinha chegado à Formula 2 em 1983, devido ao seu talento e aos contactos familiares. Era sobrinho de Giancarlo Martini, piloto de Formula 2 nos anos 70 pela Scuderia Everest, a antecessora da Minardi, e tinha feito duas corridas extra-campeonato... com um Ferrari 312T!

Contudo, na sua primeira experiência na Formula 1, a bordo de um Toleman TG184, foi um desastre. Em Monza, no lugar de... Ayrton Senna, castigado por ter assinado pela Lotus sem o conhecimento do seu patrão, Alex Hawkridge, o piloto italiano não conseguiu se qualificar, enquanto o seu companheiro de equipa, o sueco Stefan Johansson, alcançou o quarto lugar, na mesma prova. Mas isso não o impediu de correr na Minardi quando esta chegou à Formula 1, em 1985. Foi uma temporada de aprendizagem para todos, mas Martini não deslumbrou.

Com isso, foi para a Formula 3000, onde cresceu e amadureceu. Vice-campeão em 1986, estava a correr pela italiana First, quando Minardi o voltou a chamar para o lugar de Adrian Campos, que tinha sido despedido depois de não ter conseguido a qualificação por três das cinco vezes que tinha participado. Martini estava a fazer outra boa temporada na Formula 3000, e estava bem mais maduro do que quase quatro anos antes.


A sua adaptação foi fácil, e causou impacto: 16º na grelha, a melhor até então, na frente dos Ligier e dos Tyrrell, imediatamente abaixo do Arrows de Eddie Cheever. E na corrida o seu objetivo era um: chegar ao fim inteiro. E chegou, numa posição absolutamente inédita: deu à Minardi o seu primeiro ponto na Formula 1. Chegou a rodar em quinto, atrás do Rial de Andrea de Cesaris, mas no final, Jonathan Palmer ficou com o lugar. Mas foi mais do que suficiente para fazer alegrar todos na boxe da Minardi. E a ele mesmo, que provou estar suficientemente maduro para correr na Formula 1.

O resto já se sabe: 18 pontos em 124 Grandes Prémios, quase sempre pela Minardi, e depois, a vitória nas 24 Horas de Le Mans de 1999. Hoje em dia, vive a reforma e correndo com alguns dos chassis da equipa que o colocou no mapa... e que pertencem a ele.

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