Montreal é um lugar especial. O circuito é um lugar apertado, numa faixa de terreno limitada, e não há grande espaço para alargamento, apesar de ser uma ilha artificial, construída para a Expo 67, e depois usada para as provas de remo nos Jogos Olímpicos, nove anos depois.
Mas por causa da quantidade de incidentes que há neste lugar, no fim de semana do Grande Prémio, quero mais acreditar que por estes dias desce na pista o espírito de Gilles Villeneuve, que, divertido, decide baralhar e voltar a dar, só pelo divertimento. Claro que a realidade não é essa, mas entre a realidade e a lenda, queremos acreditar na lenda.
E a qualificação começou "em grande" com o motor de Romain Grosjean a rebentar em estilo. Nas boxes! O carro deitou tanto fumo que praticamente se vai tornar num dos momentos do fim de semana. E claro, para o francês, é um azar atrás do outro, porque na véspera, ele tinha atropelado uma marmota. E aposto que deve existir pessoal a dizer que é "a vingança"...
A Q1 prosseguiu com os Ferrari a conseguir os melhores tempos, com Kimi Raikkonen na frente de Sebastian Vettel, seguido dos Mercedes - apesar de Lewis Hamilton ter exagerado na sua primeira tentativa - e dos Red Bull. A meio da sessão, Marcus Ericsson tocou no muro na curva 6 e quase ia levando Max Verstappen - que ia devagar - com ele. O sueco era praticamente o segundo eliminado da qualificação canadiana, deixando três lugares em aberto para serem... evitados.
No final da Q1, os pilotos da Williams juntaram-se aos dois infelizes pilotos, bem como o Toro Rosso de Pierre Gasly, enquanto o seu companheiro de equipa, Brendon Hartley - que tem o seu lugar em risco - conseguira o oitavo melhor tempo, safando-se muito bem da Q2.
A Q2 começou com o duelo entre Ferrari e Mercedes, com Sebastian Vettel a ficar no topo da tabela, antes de ser batido por Valtteri Bottas, que era veloz em um centésimo de segundo. Mais tarde, os Red Bull foram para a pista, e se Ricciardo fez apenas o sexto tempo, já o holandês colocou a fasquia em 1.11,472, ficando na frente.
Na parte final, Vettel até ia para uma boa volta quando apanhou meio pelotão na reta antes da meta e abortou a sua oportunidade. Daniel Ricciardo melhora, fazendo 1.11,434, e fica com o melhor tempo enquanto atrás, Kevin Magnussen, Brendon Hartley, Charles Leclerc e os McLaren de Fernando Alonso e Steffel Vandoorne. Do outro lado, os Red Bull, Mercedes, Ferrari, Renault e Force India estavam na Q3.
A parte final começou com Hamilton e depois Bottas, que fez 1.10,857, deixando o seu companheiro de equipa entre os Ferrari de Kimi Raikkonen. Depois, Sebastian Vettel fez 1.10,776 e consegue a pole provisória, com recorde da pista. Depois surgiram os Red Bull, com Ricciardo a não conseguir mais do que o sexto tempo, atrás de Verstappen, que conseguiu superar Hamilton, que tinha sido relegado para quinto.
A parte final aconteceu desta forma: Raikkonen não fez bem a sua volta, e acabou antes do tempo, mas Vettel melhorou o seu tempo em 12 milésimos de segundo, melhor que Bottas, e Max Verstappen, todos abaixo de 1,11. Hamilton acabou apenas no quarto posto, na frente de Raikkonen e Ricciardo. E os Renault alternavam com a Force India no final do "top ten". E Vettel fazia história, pois a Scuderia não partia na frente desde... 2001, graças a Michael Schumacher.
O alemão parecia estar em vantagem no fim de semana canadiano, mas outra coisa é a corrida. E ainda por cima, numa pista onde as provas, por norma... não são previsíveis. E essa é a magia do Circuit Gilles Villeneuve.
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