O protótipo do Roborace, esta sexta-feira, em Goodwood Festival of Speed, basicamente a sua primeira demonstração pública como carro autónomo. Meti o video directamente na página do Facebook deste sítio, e se forem ver, os comentários são quase todos desfavoráveis, a denegrir o trabalho dos engenheiros. Não coloco aqui os comentários, recomendo que vão lá para ler.
Isto acontece no mesmo fim de semana de encerramento de mais uma temporada de Formula E, com uma jornada dupla em Nova Iorque. E também se sabe que no final do ano acontecerá a primeira temporada do Electric GT, a primeira competição elétrica de Turismos.
De uma certa forma, é um novo mundo que aí vêm, quer queiramos, quer não. Ao contrário das pessoas que foram ali dizer cobras e lagartos daquele carro, há quem observe tudo isto e sabe que é uma ideia das coisas que aí vêm. Pessoalmente, acho que todos vão conviver: a Formula 1 convive com a Formula E e complementam-se, não concorrem. Na próxima temporada, haverá um novo carro, e nas corridas, os carros irão do inicio até ao fim, em provas de 45 minutos, deixando de acontecer as trocas de carros a meio da corrida.
Já vi os protótipos dos carros autónomos. São lentos, mais lentos que os carros a electricidade conduzidos, logo, os temores deles são infundados. Mas aquilo do qual viram a vida toda vai mudar. É assim, é como em tudo na vida. E quem se queixa são pessoas de meia idade. Para os garotos novos, que se calhar estão a ver isto pela primeira vez, provavelmente poderá ter sido um momento em que ficaram curiosos com isto. Mas sei que a nova geração está fascinada com a electricidade, com os carros elétricos e com a Formula E, e vêm os carros normais, a obsessão das pessoas por determinado barulho que o carro faz como uma picuinhice... de velhotes.
E isso faz-me lembrar de uma conversa que um amigo meu, o Sal Chiaparreta, me falou quando esteve com o Dan Gurney, há uns anos, no Peterson Auto Museum, em Los Angeles. A certa altura, ligaram um dos carros expostos, um dos Eagle de IndyCar, creio, e o filho do Sal tapou os ouvidos por causa do barulho. Disse depois que não tinha gostado por causa do barulho e dos fumos. E pouco depois, o pai do garoto e o Dan Gurney conversaram sobre aquilo que ele disse. Ele respondeu algo parecido com "somos dinossauros, mas fomos felizes dinossauros".
Se calhar, a melhor maneira de vermos isto tudo é assim. Admitir que somos dinossauros e gozar o momento enquanto pudermos, antes que a nova geração tome conta das coisas.
É um pouco como a columbofilia, um dos desportos com a média etária mais elevada. Ou como a tanoaria e outros ofícios artesanais que "os jovens não pegam nisto".
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