Isto ficou pronto no dia em que dev eria ter sido lançado, mas depois... esqueci-me completamente. Só me lembrei hoje, depois de uma noite dormida, e de uma certa forma, não fiquei lá muito feliz por não ter largado isto na data pretendida.
Enfim, aqui vai, um dia mais tarde. Mas vale a pena falar sobre estes eventos.
Ontem andei a ler o artigo que o jornal "A Bola", aqui em Portugal, escreveu sobre os 30 anos do primeiro título mundial de Ayrton Senna. A jornalista em questão, Célia Lourenço, entrevistou Domingos Piedade, seu amigo pessoal, e ele aproveitou as duas páginas que o jornal dedicou para contar as historietas que teve com ele ao longo dos anos em que privou as suas confidências.
Enfim, aqui vai, um dia mais tarde. Mas vale a pena falar sobre estes eventos.
Ontem andei a ler o artigo que o jornal "A Bola", aqui em Portugal, escreveu sobre os 30 anos do primeiro título mundial de Ayrton Senna. A jornalista em questão, Célia Lourenço, entrevistou Domingos Piedade, seu amigo pessoal, e ele aproveitou as duas páginas que o jornal dedicou para contar as historietas que teve com ele ao longo dos anos em que privou as suas confidências.
"Quem descreveu o Ayrton pela primeira vez como extraterrestre fui eu, numa entrevista. Na altura, disse que ele era um ET e o jornalista não percebeu do que falava. Depois expliquei que não ra deste mundo. Estou convencido que tinha um dom. Quando os monolugares passaram para os 1300 ou 1400 cavalos, tornaram-se bichos indomáveis para a maioria dos pilotos, mas ele tinha o dom de fazer tudo em 'superslowmotion', era como se andasse a 40 km/hora. Isso levava-o a antecipar as coisas", contou.
Senna tinha uma maneira de elogiar os seus adversários: chamava-os de FDP's. E como sabia que Michael Schumacher era amigo de Domingos e da sua família, dizia algo como "esse teu amigo, esse teu FDP do alemãozinho". E no meio das anedotas de portugueses que ele contava, Domingos Piedade respondia-o que tinha complexo de colono, tentando provocá-lo à sua maneira.
Domingos conheceu Senna por causa de Emerson Fittipaldi. Tinha colaborado com ele na Copersucar e sempre que ia ao Brasil, contava maravilhas do garoto, que corria em karts. Só quando se tornou adulto, em 1981, e casado - um casamento que só durou um ano - é que foi para a Grã-Bretanha correr na Formula Ford. E o resto é história.
Mas quem conhece aquele dia sabe que aquilo poderia não ter acontecido. Quando o carro não pegou na partida e foi engolido pelo pelotão, até parecia que o cenário tinha sido preparado por ele. Tinha chegado a ser ultrapassado pelo Tyrrell de Jonathan Palmer nos primeiros metros, apenas aproveitando o facto da reta principal de Suzuka ser sempre a descer, para que o motor Honda pegasse e pudesse recuperar os lugares pedidos. Demorou 27 voltas para apanhá-lo, mas conseguiu.
A epicidade desse dia, a maneira como alcançou o título, justifica tudo isto. E se formos ver bem, os títulos dele - um pouco menos em 1991 - têm todos um grau de épico. Pode ser só nós que vemos isso nas nossas lentes, mas é uma grande coincidência que entre 1988 e 1990, tudo se ter decidido na mesma pista e com os mesmos protagonistas. E nesta vez, foi tudo pacífico, porque todos já sabem como acabaram das outras vezes...
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