Há uma semana que andamos à espera de ver Lewis Hamilton como campeão do mundo de Formula 1. Tanto que há quem jure que o seu maior adversário se auto-sabote para que o assunto se resolva o mais rapidamente possível. Entende-se que Sebastian Vettel queira já entregar o ouro ao bandido para começar a apostar no carro de 2019 o mais cedo possível.
E as contas até eram simples: um sétimo lugar para Hamilton bastava. Mas para ele até seria bom se ficasse na frente do piloto da Ferrari, só para demonstrar ao mundo que ele é melhor que ele.
O céu não estava grande coisa, mas a chance de chuva estava fora de questão. O problema eram os pneus hipermacios que muitos tinham, e provavelmente poderosa fazer com que fossem às boxes por duas vezes, e fossem até cedo, para livrar dos hiper para meter os supermoles. Mas para a Mercedes, hoje seria "fiesta", sem ser "de los muertos", mas sim "de los campeones", porque não acreditavam que isto seria adiado para o Brasil.
A partida começou com Hamilton a conseguir passar os Red Bull, mas Max Verstappen conseguiu passar o britãnico para ser o primeiro. Houve alguns toques a meio do pelotão, com Esteban Ocon a ser o mais prejudicado, com o bico da frente partido, mas um pouco atrás, Kimi Raikkonen perdeu um lugar para Carlos Sainz Jr., mas depois conseguiu recuperar. Já Sebastian Vettel era quarto, atrás de Daniel Ricciardo, enquanto os Sauber fechavam o "top ten".
Na quinta volta, Fernando Alonso acabava a sua corrida, mas a culpa não era sua, pois ele levou com os destroços do carro de Esteban Ocon. Esses destroços acabaram com o seu radiador e ele encostou antes de chegar ao estádio. E com isto, tinhamos um Safety Car virtual por alguns momentos.
A partir da oitava volta parecia que a corrida estaria decidida, pois a distancia entre alguns dos pilotos já era suficiente para saber que poderiam rodar tranquilos. Por exemplo, Vettel era quarto, a 7,6 segundos, e não atacava nem Ricciardo, nem Bottas era ameaça.
Na volta 12, Hamilton vai às boxes para trocar de pneus, mete "vermelhos" a volta à pista a tempo de Valtteri Bottas fazer a sua troca, para fazer a mesma coisa. Red Bull reagiu com Ricciardo a parar na volta seguinte, com o australiano a parar atrás de Hamilton. E Verstappen parou na volta 14, para os softs, saindo para a pista atrás dos Ferraris. Raikkonen aguentou o holandês por uma volta, com doze segundos para apanhar o alemão.
Na volta 18, Vettel parou nas boxes, seguido por Kimi, numa altura em que o finlandês perdera dois lugares para Hamilton e Ricciardo, em apenas duas curvas. Foi mais do que um aviso à Ferrari de que aqueles pneus não iriam aguentar por mais tempo, e voltaram com supersofts, não para ver se iam até ao fim, mas se eram mais velozes que a concorrência.
Com esta primeira parte de trocas, a corrida voltou à modorra... excepto na Williams, onde Lance Stroll atropelou um mecânico. Sem consequências, para nossa felicidade.
Na volta 30, Vettel tinha-se aproximado o suficiente para apanhar Ricciardo e tentar a sua sorte, enquanto apanhavam trânsito dos atrasados. Contudo, isso ficou estragado quando o carro de Carlos Sainz Jr ficou parado, causando nova situação de Safety Car Virtual. Os dois pilotos ficaram agarrados um ao outro enquanto as bandeiras amarelas estavam mostradas, e no regresso, o australiano fez o seu melhor para aguentar o alemão da Ferrari. Mas na volta 34, Vettel levou a melhor e era terceiro na corrida.
Nas voltas seguintes, Vettel começou a apanhar Hamilton e ainda antes da volta 39, já estava na traseira do piloto britânico para ser segundo. Pelo menos nesse campo, a vitória moral era para a Ferrari e para o alemão. E duas voltas depois, os mexicanos ficavam desgostosos quando viram Sergio Perez parar nas boxes de vez.
A seguir, Hamilton começava a ser mais lento que o normal, queixando-se do desgaste dos pneus por causa da abrasividade do asfalto. E com isso via Ricciardo aproximar-se e perder o terceiro posto para o australiano da Red Bull. E a pensar se agora é altura de nova paragem nas boxes... ou então, até deixar que aconteça mais desgaste e fique mais atrás, o suficiente para resolver tudo hoje.
Na volta 48, Vettel para nas boxes pela segunda vez, seguido por Hamilton, ele que tinha os pneus todos estragados depois da defesa da ultrapassagem a Ricciardo. E a mesma coisa acontecia a Bottas, depois de ter tentado defender - sem sucesso - da ultrapassagem por parte do seu compatriota, Kimi Raikkonen. E Bottas ia também às boxes, para trocar de pneus.
Com pneus novos, Vettel foi à caça dos Red Bull, pensando poder apanhá-los rapidamente. Contudo, o desgaste dos pneus não era tão grande nos energéticos do que na Ferrari e Mercedes, e a aproximação de Vettel não era tão veloz como se pensava. Mas a dez voltas do fim... o Red Bull de Ricciardo começou a deitar fumo e pouco depois teve de encostar, desiludido por mais um abandono por causa do motor Renault.
Com Vettel no segundo lugar, parecia que poderia ir atrás de Verstappen, mas a distância já era grande. E a Mercedes estava tão mal que Bottas parou nas boxes uma terceira vez... talvez para fazer a volta mais rápida.
No final, aliviados, a Red Bull comemorava a vitória no México - segunda do ano para Verstappen - com os Ferrari no segundo e terceiro lugares. Mas fora do pódio, no quarto posto, Lewis Hamilton terminava a competição de vez e tornava-se pentacampeão do mundo, segundo título consecutivo e quinto seguido da Mercedes. E o cenário não poderia ser o ideal, pois este circuito tem um estádio numa das partes.
Agora faltam duas corridas para acabar 2018, mas eles servem apenas para cumprir calendário.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...