terça-feira, 23 de abril de 2019

A imagem do dia



O GP de San Marino de 1989 foi um dos mais confusos que já vi na Formula 1, e acreditem... já vi muita confusão. E o primeiro de todos foi o acidente de Gerhard Berger, na Tamburello, na volta três da corrida.

O acidente do Berger foi causado por um problema mecânico, que o fez seguir em frente e embater com força no muro. No embate, o depósito de combustível rompeu-se e claro, surgiu um incêndio do qual os bombeiros tiveram alguma dificuldade em extingui-lo, embora tenham demorado cerca de 15 segundos até chegar ao Ferrari incendiado. Berger foi socorrido, e os seus ferimentos na cara e nas mãos foram superficiais, embora todos temessem outro como o do Niki Lauda, doze anos e meio anos antes.

O acidente foi assustador, mas o que ficou marcado nesse dia nem foi isso. Foi mais politico, foi um pacto, aparentemente quebrado.

Horas antes, Ayrton Senna e Alain Prost decidiram fazer um pacto onde o primeiro a fazer a curva iria definir o campeonato para o resto do ano. Quem estivesse na primeira curva, seria o primeiro piloto, o campeão do ano. Na primeira partida, Senna tinha levado a melhor sobre Prost, que se defendia dos ataques de Nigel Mansell. Depois, aconteceu o acidente, e a consequente bandeira vermelha. Na segunda partida, Prost largou bem melhor, mas Senna defendeu-se de forma musculada até à Tosa, onde conseguiu passá-lo, ir embora até à meta, onde acabou por vencer.

Prost achou que Senna tinha sido desleal, mas o brasileiro disse que o pacto tinha sido estabelecido logo na primeira partida. Que tinha ganho. E na segunda, mesmo que Prost tinha partido melhor, Senna acabou depois por o passar. Em suma, foi a partir dali que a guerra entre ambos começou a aquecer. E o resto foi o que se sabe.

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