Há precisamente 40 anos, em Buenos Aires, começava o mundial de Formula 1. Se na Europa se tiritava de frio, nas Américas, o calor era rei, ao ponto de a corrida ter estado em perigo devido à degradação do asfalto no circuito Oscar Galvez. Felizmente, o asfalto aguentou nova camada durante o fim de semana e a corrida prosseguiu sem percalços.
Para a Fittipaldi, que nessa corrida comemorava o seu quinto aniversário na Formula 1, era uma altura complicada mas com esperanças. Tinham passado um 1979 muito agitado, com o fracasso no F6 e a retirada do patrocinador, a Copersucar. E tinham aproveitado os restos da Wolf - comprada por meio milhão de dólares, quem pagaria por isso nos dias de hoje? - para ficar com um conjunto de bons técnicos, mecânicos, alguns chassis e um piloto: o finlandês Keke Rosberg.
A Fittipaldi arranjou um substituto, na forma da cereja Skol, e tinha entre os recrutados da Wolf um bom projetista na figura de Harey Postlethwaithe, e o Wolf WR7 ainda era suficientemente aproveitavel para ser rebatizado de Fittipaldi F7, porque tinha sido suficientemente modificado para se serie como chassis intermédio, enquanto se projetava o seu sucessor, o F8.
Rosberg tinha substituido James Hunt a meio de 1979, tendo conseguido algumas boas performances, mas não conseguiu pontuar devido à fraca fiabilidade do carro. E em 1980, com um companheiro de equipa como Emerson Fittipaldi, ele poderia querer mostrar ao mundo que era veloz e implacável. E cilindrar o seu patrão até seria uma boa ideia. Não iria ter muitos amigos por dentro, mas ele estava a fazer-se à vida na Formula 1...
E foi o que fez: conseguiu o 13º posto na grelha de partida, com um carro que conhecia melhor, entre o McLaren do estreante Alain Prost e o Arrows de Jochen Mass, enquanto Emerson era 24 e último na grelha, oito décimos mais veloz que Dave Kennedy, o primeiro dos não-qualificados.
Foi uma corrida de atrito. Apesar de Gilles Villeneuve ter feito mais uma demonstração de pilotagem, foi Alan Jones o grande vencedor, e ainda viu o seu novo companheiro de equipa, Carlos Reutemann, na berma, por causa de uma quebra de motor. Nelson Piquet, no seu Brabham, conseguiu aqui o seu primeiro pódio da sua carreira, e tudo indicava que seria Jody Scheckter a ficar com o lugar mais baixo do pódio, quando o seu motor explodiu na volta 45. Rosberg andou bem, mas conseguiu lebar o carro até ao fim, e aquele pódio, o seu primeiro de uma longa carreira e o segundo da história da equipa, mereceu ser comemorado. Comemorado por causa de um ano dificil, com final feliz, do qual os investimentos valeram a pena.
E claro, não seria a última vez que ouviríamos falar de Keke Rosberg. Aliás, seria a primeira de muitos deste finlandês voador... que não andava nos ralis.
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