Com oito provas confirmadas e mais a tentarem entrar no calendário, apesar dos condicionantes, há quem ache que as provas fora da Europa dificilmente irão acontecer. Cyril Abiteboul, o diretor desportivo da Renault, afirmou numa entrevista à motorsport.com que os diversos condicionantes e relação à saúde e aos diversos graus de confinamento colocam tudo em dúvida.
“Acho que as provas fora da Europa serão mais difíceis”, começou por dizer o francês, ainda antes do anuncio dos cancelamentos de Baku, Singapura e Suzuka. “Vemos que os voos de longa distância ainda são um pouco incertos, e a dificuldade é encontrar um promotor que esteja pronto para assumir o risco económico de dizer ‘vou fazer uma corrida na frente de uma audiência grande o suficiente para absorver o custo da logística. Eu acho que é mais um desafio, é mais um risco económico do que o risco de saúde e segurança que existe na Europa”.
“Sentimos que o mundo está a começar a estar num lugar onde as corridas são possíveis e também aceitáveis”, disse ele. “Precisamos pensar na imagem, em particular na maneira como lidamos com Melbourne e como saímos de Melbourne. Acho que o mundo está pronto para isso em julho, o que é uma ótima notícia. Precisamos apenas ver como podemos transpor as diretrizes da OMS para o ambiente das corridas, o que é um desafio.”
Abiteboul também aproveitou para falar sobre as unidades motrizes a partir de 2025, que ainda serão os V6 Turbo, e referiu a eletrificação como referência futura.
“Ainda há muito trabalho a ser feito nas unidades motrizes. Elas são boas, mas continuam a ser extremamente caras de manter e operar. O próximo passo é olhar bem para o que já foi feito, para que a próxima geração seja mais económica de vender”, começou por dizer.
“Já mencionei um dos pontos mais importantes, o financeiro. O próximo é a tecnologia. Vemos a eletrificação a ganhar terreno em todo o mundo, por isso precisamos de pensar muito no que isso significa para a Fórmula 1, no contexto das corridas e o que significa na co-existência com a Fórmula E. Gostava de ter o principal das unidades motrizes acordado em 2021 ou 2022, para em 2023 começar o desenvolvimento”.
E fala sobre a unidade motriz MGU-H, que faz com que os motores consigam ser eficientes em termos de consumo de combustível, mas acrescentam peso ao carro.
“Temos o MGU-H, que faz o motor ser eficiente em termos de combustível. Será que estamos preparados para ser menos 20% a 30% menos eficientes? Em 2022, já temos carros mais pesados, portanto não vejo andarmos com mais combustível. É uma equação difícil. Acho que com os carros a serem mais pesados, esse componente não deve ser retirado. Podemos ter mais potência, claro, mas, se queremos potência sustentável , será difícil sem o MGU-H”, concluiu.
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