Confesso que eu, automobilista, há certas provas que gosto mais de ver do que outras. As 500 Milhas de Indianápolis, pela sua febre de velocidade e pelo espetáculo que só os americanos sabem montar, é algo do qual vale a pena ver, mesmo que eu pessoalmente, não tenho a mesma sede para assistir às restantes provas da IndyCar Series, sejam elas em ovais, circuitos de rua ou provas em circuito. E normalmente, calha no mesmo dia que o GP do Mónaco e recentemente houve quem trocasse essa corrida clássica pela velocidade estonteante da outra clássica no "Brickyard".
As 24 Horas de Le Mans é outra das provas que tenho admiração por ela e vontade de assistir, seja ela pela televisão ou ao vivo. Conheço pessoas que, independentemente da idade, já foram a La Sarthe e ver os carros a passar - inclusive, um senhor que tem agora 90 anos e ia este ano se não fosse o bicho maldito a estragar os planos - e ali, como em Indianápolis, o ambiente à volta é outra prova dentro da prova. Um duplo entretenimento.
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As 24 Horas de Le Mans são cada vez mais uma prova de "sprint", onde os pilotos andam de pedal a fundo durante um dia inteiro. Não há quebras mecânicas, não na quantidade dos que havia no passado, boa parte dos incidentes acontecem por excesso do piloto, logo, despistes, colisões e outros incidentes semelhantes. E digo tudo isto porquê? No final, o vencedor da LMP2 ficou com uma diferença de 36 segundos sobre o segundo classificado. 24 horas depois de terem partido!
Claro, é ótimo ver que os carros que ficaram no primeiro e segundo classificados terem pilotos portugueses a conduzi-los, e é mais uma vez motivo de orgulho nacional num "annus mirabilis" para o nossos automobilismo, especialmente quando Félix da Costa, campeão da Formula E, acaba em segundo na sua classe na corrida de Endurance mais prestigiada do mundo, e sexto classificado da geral. É verdade que Bruno Senna foi segundo na geral, no seu Rebelion, igualando os feitos de Lucas di Grassi e José Carlos Pace, mas ele não foi o único piloto que fala português a subir ao pódio.
Excepcionalmente nesta temporada, as 24 Horas de Le Mans foram em setembro e sem espectadores. Já não é a primeira vez que isso aconteceu - em 1968, também foi em setembro - mas sobretudo, foi uma prova onde já se esperava quem iria ganhar, mas para as cores portuguesas, foi um grande resultado. Isso e muito mais falo este mês no Nobres do Grid.
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