sábado, 3 de outubro de 2020

No Nobres do Grid deste mês...


Confesso que eu, automobilista, há certas provas que gosto mais de ver do que outras. As 500 Milhas de Indianápolis, pela sua febre de velocidade e pelo espetáculo que só os americanos sabem montar, é algo do qual vale a pena ver, mesmo que eu pessoalmente, não tenho a mesma sede para assistir às restantes provas da IndyCar Series, sejam elas em ovais, circuitos de rua ou provas em circuito. E normalmente, calha no mesmo dia que o GP do Mónaco e recentemente houve quem trocasse essa corrida clássica pela velocidade estonteante da outra clássica no "Brickyard".

As 24 Horas de Le Mans é outra das provas que tenho admiração por ela e vontade de assistir, seja ela pela televisão ou ao vivo. Conheço pessoas que, independentemente da idade, já foram a La Sarthe e ver os carros a passar - inclusive, um senhor que tem agora 90 anos e ia este ano se não fosse o bicho maldito a estragar os planos - e ali, como em Indianápolis, o ambiente à volta é outra prova dentro da prova. Um duplo entretenimento.

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As 24 Horas de Le Mans são cada vez mais uma prova de "sprint", onde os pilotos andam de pedal a fundo durante um dia inteiro. Não há quebras mecânicas, não na quantidade dos que havia no passado, boa parte dos incidentes acontecem por excesso do piloto, logo, despistes, colisões e outros incidentes semelhantes. E digo tudo isto porquê? No final, o vencedor da LMP2 ficou com uma diferença de 36 segundos sobre o segundo classificado. 24 horas depois de terem partido!


Claro, é ótimo ver que os carros que ficaram no primeiro e segundo classificados terem pilotos portugueses a conduzi-los, e é mais uma vez motivo de orgulho nacional num "annus mirabilis" para o nossos automobilismo, especialmente quando Félix da Costa, campeão da Formula E, acaba em segundo na sua classe na corrida de Endurance mais prestigiada do mundo, e sexto classificado da geral. É verdade que Bruno Senna foi segundo na geral, no seu Rebelion, igualando os feitos de Lucas di Grassi e José Carlos Pace, mas ele não foi o único piloto que fala português a subir ao pódio. 

Excepcionalmente nesta temporada, as 24 Horas de Le Mans foram em setembro e sem espectadores. Já não é a primeira vez que isso aconteceu - em 1968, também foi em setembro - mas sobretudo, foi uma prova onde já se esperava quem iria ganhar, mas para as cores portuguesas, foi um grande resultado. Isso e muito mais falo este mês no Nobres do Grid.

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