No tempo de Bernie Ecclestone, quando se falava das redes sociais, todos falavam que ele estava absolutamente obtuso em relação a aquilo que poderia ser o futuro, e do qual as restantes modalidades do automobilismo - WRC, Endurance ou IndyCar - acolheram com toda a normalidade. Agora, com a Liberty Media, o próximo GP de Eifel, dentro de uma semana, entrará na história como algo impensável antes: para alguns países, ele será transmitido em direto no canal da Formula 1 no Youtube.
A parceria entre ambos foi firmada entre ambos no final de julho e corrida será transmitida na Alemanha, Suíça, Países Baixos, Bélgica, Noruega, Suécia e Dinamarca de forma gratuita, em "streaming". Não é inédito: durante o período do primeiro confinamento, e enquanto a Formula 1 esteve parada, ela exibiu na integra várias corridas passadas, e a temporada virtual teve transmissão ao vivo. O que é excelente para o seu canal, que neste momento têm quatro milhões de subscritores.
Adam Crothers, o diretor da seção do media digital da Fórmula 1, comemorou mais um passo na aliança entre a categoria máxima do automobilismo e a mais popular plataforma de vídeos da internet.
“Estamos animados por trabalhar com o YouTube em um projeto tão empolgante. Ao passo em que continuamos a diversificar nossa estratégia de distribuição de mídia e a expandir nossa oferta digital, é imperativo que envolvamos fãs que consomem mídias de maneira diferente, e o YouTube nos oferece a plataforma para conseguir isso”, começou por dizer.
“A parceria com o YouTube também garante que continuemos nossa busca para atrair novos públicos de novas formas para aumentar a base de fãs da Formula 1 e, ao mesmo tempo, inovar com nossa oferta dos media para fãs novos e os atuais”, complementou.
Tomos Grace, o chefe da seção desportiva do YouTube para a Europa, ressaltou o perfil dos inscritos na plataforma e a vê como importante trampolim para aumentar a popularidade da Formula 1.
“O YouTube ajuda o desporto a alcançar os fãs de amanhã. 70 por cento do público da Formula 1 no YouTube tem menos de 35 anos. Emissoras e organizadores reconhecem cada vez mais a capacidade do YouTube de alcançar esses novos públicos e gerar receita. A F1 sempre foi uma das marcas mais inovadoras deste desporto, tão dinâmica na criação de vídeos quanto na pista. A decisão da Formula 1 de transmitir ao vivo seu conteúdo mais premium no YouTube é mais uma prova do papel do YouTube como parceiro confiável para o setor”, salientou.
A parceria poderá ser limitada e isto poderá ser encarado como uma experiência, mas num tempo em que a competição está cada vez mais a sair do sinal aberto e ir para canais premium, elitizando a coisa, esta é uma boa maneira de evitar que se perca a ligação para com as novas gerações, que não só tem o mesmo acesso às redes como tem a geração mais velha, mas é a garantia de que no futuro, a Libery Media arranje mais uma fonte de receita para a competição, do qual distribua o bolo para as equipas.
Resta saber se algum dia, isto seja universal e alinhe com os outros canais, tentando ter receitas de mais lados. As redes sociais, todos sabem, são o futuro. A Formula 1 poderá estar a chegar mais tarde à festa, mas está a chegar, com todo o seu peso.
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