domingo, 6 de dezembro de 2020

Foemula 1 2020 - Ronda 16, Shakir (Corrida)


Na semana passada, vimos o horror a acontecer diante dos nossos olhos, com o acidente de Romain Grosjean e a sua salvação milagraosa graças à tecnologia usada no carro. Depois, vimos a noticia da doença de Lewis Hamilton, que o obrigou a largar o carro neste final de semana e dar uma chance a George Russell para andar num carro de campeão, temos de ser honestos. 

Contudo, se achavam que as coisas acabariam por aqui e iriamos ter uma prova aborrecida, com 87 voltas ao redor do anel externo do circuito de Shakir... bom, enganaram-se.  Foi uma prova muito mexida, e teve como vencedor, algo completamente diferente. Mas mesmo diferente, especialmente depois de ele levar um toque na primeira volta e acabar no fundo do pelotão. 


Então foi assim... depois de oito dias no mesmo lugar, e com Hamilton doente, e a ver a corrida isolado do mundo, e provavelmente com Roscoe, o seu animal de estimação, esperava-se que os Mercedes voltassem a dominar como habitualmente. Mas se a ideia era ver Valtteri Bottas na frente, por causa da sua pole position na véspera, o que aconteceu foi ver um George Russell lançado para fazer a primeira curva na primeira posição, enquanto atrás, Charles Leclerc queria se destacar, mas na curva 4, tocou na traseria do Racing Point de Sergio Perez e acabou na barreira de pneus, levando consigo o Red Bull de Max Verstappen. Resultado final? Safety Car, o que deu para Perez ir às boxes para ver se não tinha nada danificado e tentar a sua sorte para o resto da corrida.

Apenas na sétima volta, tudo voltou ao normal. Os Mercedes seguiam calmamente na liderança, Com Russell no comando e a mostrar que tem talento para andar entre os melhores, se tiver um carro digno desse nome, Perez tentava recuperar o tempo perdido, passando pilotos uns atrás dos outros. Sem grandes emoções externas, as voltas passavam rapidamente, e iria parecer que não teria grande história... a não ser a chance de vermos George Russell a chegar a uma vitória histórica, depois de dois anos a lutar contra uma Williams que não só há muito passou os seus tempos aureos, como sofre com um chassis sem downforce.

Em suma, parecia que iria ser uma história perfeita para os Flechas Negras, digna de um episódio do "Drive to Survive". 

Mas então... aparece Jack Aitken. 

Quem? 

O substituto do Russell na Williams. 


Ele sofreu um pião na volta 63 e por causa disso, o seu nariz ficu partido e a direção da corrida optou por um Safety Car Virtual, para tirar os destroços da pista. O pessoal aproveitou para ir às boxes... e é aqui que começa a segunda parte do desastre. Tudo começa quando a Mercedes chama ambos os pilotos para fazer uma paragem adicional nas boxes. Mas primeiro, veio Valtteri Bottas, que quando fez a troca, houve problemas na fixação da roda dianteira esquerda, o que arruinou por completo qualquer chance de vitória para Valtteri.

A seguir, Russell, que tinha feito a sua troca, teve de voltar às boxes para fazer... nova troca (!) porque a equipa misturou tudo ao colocar os pneus que estavam designados para o carro de Bottas no bólido de Russell, o que não é permitido pelo regulamento. Com isto, a liderança caiu no colo de Sergio Pérez, com Esteban Ocon, no seu Renault, em segundo e Lance Stroll em terceiro. Bottas caiu para quarto, e Russell, que parecia estar a caminho da vitória, era quinto.

Mas as voltas que faltavam pareciam ser suficientes para que Russell tentar o pódio, por exemplo. E quando tudo voltou ao normal, na volta 69, o britanico partiu ao ataque, passando Bottas sem qualquer problema, e atacando os três primeiros, tentando chegar de novo ao lugar mais algo do pódio. E em poucas voltas, na 75ª passagem pela meta, Russell era segundo, e tentava diminuir os 3,3 segundos de vantagem.

Mas a sete voltas do fim... golpe de teatro. Um furo lento no Mercedes numero 63 o colocou de novo nas boxes, trocar e tentar recuperar o mais possivel. Era muito mau para ser verdadeiro, parecia ser Jean-Pierre Jarier no GP do Canadá de 1978. Parecia ser o rei do azar. Voltou à pista, com moles e a volta mais rápida, para chegar o mais acima possivel. 

Mas enquanto lá chegava, viamos mais uma vez história a acontecer. Sergio Perez, numa altura em que poderá não correr em 2021, e depois de ter tido aquele toque que o relegou para o último lugar, fez tudo bem e deu à Racing Point a sua primeira vitória na atual encarnação. E melhor, conseguiu melhor resultado que Lance Stroll. 


Depois de 191 Grandes Prémios, e de nove pódios, e depois de lhe tirarem um pódio feito na semana passada, Perez teve por fim aquilo que já merecia há uma década. Dos seus tempos da Sauber, McLaren, Force India e suas incarnações, por fim, sucedeu a Pedro Rodriguez, meio século depois da sua úlima vitória, em Spa-Francochamps. Perez está a ter um final de sonho, a merecer cada vez mais o seu quarto lugar na classificação geral. E como em setembro, com Pierre Gasly, esta foi uma vitória popular. Parabéns a ele!

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