sexta-feira, 12 de março de 2021

GP Memória - Bahrein 2006


Depois de uma longa pré-temporada, com um novo campeão do mundo e muitas modificações nas equipas - quer em teros de nomes, quer com a chegada de uma nova, a Super Aguri - a Formula 1 preparava-se para uma nova temporada, num local diferente: as areias do pequeno emirado do Bahrein. A modificação do local onde costuma acontecer o inicio do campeonato tinha a ver com um pedido da cidade de Melbourne, que naquele ano recebia os Jogos da Commonwealth, e a troca era simples: o GP da Austrália iria ser a terceira prova do campeonato, no inicio de abril, e o Bahrein tornava-se na prova de abertura da competição.

Com três equipas a mudar de nome - Jordan virava Midland, Minardi virava Toro Rosso e a Sauber tinha uma parceria maior com a BMW - ainda tínhamos a chegada em cena da Super Aguri, que tinha motores Honda e os pneus da Bridgestone, pilotos japoneses como Takuma Sato e Yuji Ide... e um chassis de 2002, modificado para estar de acordo com os regulamentos daquele ano.

E claro, havia pilotos novatos, como Nico Rosberg na Williams, Scott Speed na Toro Rosso e Christijan Albers na Midland. E todos esperavam que a Ferrari pudesse enfim responder a uma Renault que tinha dominado a temporada anterior e dado a Fernando Alonso o seu primeiro título mundial.

Aqui estreava-se um novo sistema de qualificação, em três partes, onde os seis piores tempos eram excluidos de cada uma dessas partes, até ficarem os dez melhores para disputar a pole-position. em suma, o sistema que conhecemos hoje em dia. E logo na primeira parte, a grande surpresa foi Kimi Raikkonen não ter marcado qualquer tempo e ficado de fora do resto da qualificação. Mas a razão tinha sido forçada: a suspensão traseira direita tinha se rompido durante a sua volta qualificativa, ele bateu contra o muro de pneus e a sessão fora interrompida com uma bandeira vermelha. 

Em contraste, Michael Schumacher começava bem a temporada com a pole-position, tendo a seu lado o seu companheiro de equipa, Felipe Massa. Jenson Button era o terceiro, no seu Honda, na frente do Renault de Fernando Alonso. Juan Pablo Montoya era quinto, na frente de do segundo Honda de Rubens Barrichello. Mark Webber, no Williams, e Christian Klien, no Red Bull, ocupavam a quarta fila, e a fechar o "top ten" estavam o segundo Renault de Giancarlo Fisichella e o BMW Sauber de Nick Heidfeld.


A largada começou com Schumacher a levar a melhor sobre a concorrência, com Alonso a passar Massa e a ficar com o segundo posto no final da primeira volta, aproveitando um pião por parte de Felipe Massa, enquanto Nick Heidfeld e Nico Rosberg sofreram um toque que os fez perder tempo, mas recuperaram. Pior sorte teve Christijan Albers, que com problemas no eixo da transmissão, acabava por ser a primeira desistência do ano. Nas voltas seguintes, o alemão da Ferrari começou a afastar-se do pelotão, enquanto Kimi Raikkonen começava a recuperar posições. 

Massa tentava acompanhar os da frente, mas as coisas pioraram quando ele foi às boxes e perdeu tempo no reabastecimento, caindo ainda mais no pelotão, enquanto na frente, Schumacher vigiava Alonso e esperava continuar na frente no segundo reabastecimento. Mas quando o alemão parou, o espanhol ficou um pouco mais, tentando ir mais velozmente e ver se ganhava segundos na saída. Depois de uma paragem veloz, Alonso volta à pista com Schumacher lado a lado, e conseguiu levar a melhor. Mas claro, o alemão não desistiu e foi em busca dele, procurando o erro. Apesar das pressões, o espanhol foi forte e aguentou a liderança até à bandeira de xadrez.

Na parte final, Nico Rosberg ainda teve tempo de fazer uma ultrapassagem impressionante a Christian Klien para ser sétimo e fazer a volta mais rápida, tornando-se o mais jovem de sempre até então a alcançar esse feito, e claro, conseguindo os seus primeiros pontos. E Raikkonen conseguiu subir fortemente no pelotão até chegar ao terceiro posto e fazer companhia a Alonso e Schumacher no pódio.  


Nos restantes lugares do pódio ficaram o Honda de Jenson Button, o McLaren de Juan Pablo Montoya, os Williams de Mark Webber e Nico Rosberg e o Red Bull de Christian Klien. 

A Formula 1 começava bem a temporada de 2006, mas não tinha tempo a perder: dali a uma semana iriam correr em Sepang, na Malásia.    

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