segunda-feira, 12 de abril de 2021

A imagem do dia


No dia em que o mundo estava de olho no Space Shuttle Columbia para admirar o que iria ser o começo de uma nova era na exploração espacial, a caravana da Formula 1 estava em terras argentinas para aplaudir Carlos Reutemann pela sua atitude na corrida anterior... e também pelo seu aniversário, porque ele fazia 39 anos nesse dia. Não venceu, mas saiu de Buenos Aires com a liderança do campeonato, com três pódios em três corridas, e viu Nelson Piquet a conseguir a sua primeira vitória do ano, num campeonato cada vez mais visto como um duelo entre Brabham e Williams.

Já agora, o terceiro classificado era um estreante nestas andanças: o francês Alain Prost. Conseguia ali o primeiro dos seus... 106 pódios. 

Mas essencialmente, o fim de semana argentino ficou marcado pela receção calorosa que os locais fizeram a Reutemann. Camisetas (t-shirts) e posters com o famoso REUT-JONES foram mostradas nas bancadas à frente das boxes da Williams, e a equipa mostrou a infame placa, num atrito aparentemente saudável. E claro, a imprensa o chamava de "magnifico desobediente", entre outros elogios que aparentemente colocavam o orgulho nacional nos píncaros. 

Mas claro, dentro da equipa, o caldo já tinha entronado. E o argentino iria sair a perder, mesmo que saísse de Buenos Aires como o líder do campeonato. Numa equipa com dois galos, cada um lutando para ser o número um, a dispersão de forças não os iria beneficiar. Mas por agora, ninguém sabia disso. Apenas viam Piquet a triunfar em terras argentinas, duas semanas depois de um argentino ter triunfado em terras cariocas. Parecia ser justo.

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