Um claro contraste do piloto que a meio da década de 90 do século XX, era visto como o maior rival de Michael Schumacher. E no final de 1995, ele era "o" piloto a ter em conta.
Dois anos antes, no final de 1993, Jacques entrou na CART através da Forsythe, e depois de uma temporada inicial onde venceu uma corrida em Road America, a temporada de 1995 prometia ser melhor. Agora na Team Green, e por uma coincidência incrível, o sorteio deu-lhe o numero 27, que tinha o seu pai nas duas últimas temporadas na Ferrari e o número do qual ficou imortalizado. Embora para dizer a verdade, ficou mais tempo com o número 12...
Mas as vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis, ainda por cima com uma penalização que lhe custou uma volta, e depois no campeonato, deram-lhe as luzes da ribalta e cedo, ouviu o chamamento da Formula 1. Um teste com a Williams foi o suficiente para que Frank Williams lhe desse um contrato e logo, logo, assinasse um contrato. E com o anuncio, para além do regresso e um nome mítico, que ficara na memória de toda uma geração, correndo na melhor equipa do pelotão naquela altura, significava que era candidato ao título logo na sua primeira temporada. E poderia vencer a sua primeira corrida!
Assim sendo, as expectativas para a primeira corrida do ano eram elevadíssimas.
A temporada de 1996 começava na Austrália, uma pista totalmente nova, desenhada no Albert Park, em Melbourne. Ali, com os olhos do mundo a observá-lo, adaptou-se bem à pista, ao carro, e quando tee a oportunidade, fez um tempo que o colocou na pole-position, algo que Mário Andretti, no GP dos Estados Unidos de 1968, e Carlos Reutemann, no GP da Argentina de 1972, tinham feito.
A corrida foi essencialmente um passeio da Williams. Com Michael Schumacher a fazer ali a sua estreia pela Ferrari, e sabendo que teria um longo caminho pela frente até colocar a Scuderia no caminho certo, não se esperava muito nessa prova. Villeneuve mostrou-se perante a Formula 1 que tinha estofo de vencedor, e mesmo quando perdeu momentaneamente o controlo do seu carro, numa saída de pista, e Damon Hill tentou aproveitar para ficar com o comando, ele conseguiu defender-se de forma bem musculada, certamente aplaudida e a lembrar os gestos do seu pai.
Mas o carro desenvolveu uma fuga de óleo e a equipa ordenou-lhe para que baixasse o ritmo e abdicasse da vitória a favor de Hill. Queria ter tido tudo, mas não deu. Mesmo assim, foi aplaudido. Tinha sido o melhor cartão de visita que poderia ter tido e todos lhe diziam que tinha herdado o nome e a garra do pai. Três corridas depois, subia ao lugar mais alto do pódio e acabava aquele ano a ser vice-campeão e com quatro vitórias, a melhor temporada de estreia até então, batido onze anos depois por Lewis Hamilton.
Mas no dia do seu cinquentenário, recordo o seu cartão de visita na Formula 1, aquela tarde australiana onde todos viam um futuro campeão.
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