Passaram-se duas semanas desde a corrida da Malásia, e a caravana da Formula 1 atravessava meio mundo para desembarcar em São Paulo para a terceira prova de uma temporada que parecia já ter destinatário, já que Michael Schumacher parecia dominar, devido às suas vitórias nas duas primeiras provas do ano, em Melbourne e Sepang. Mas a concorrência espreitava e sabia que não o poderiam deixá-lo escapar, caso contrário, a disputa pelo título seria um caso encerado de forma demasiadamente cedo, especialmente da parte da McLaren e Williams, principais rivais da Ferrari.
E a corrida de Interlagos, no Brasil, normalmente providenciava corridas bem interessantes.
Contudo, no final da qualificação, Michael Schumacher leva a melhor, com o seu irmão Ralf Schumacher, no Williams-BMW, a seu lado. Mika Hakkinen estava na segunda fila, terceiro no seu McLaren-Mercedes, na frente do segundo Williams-BMW de Juan Pablo Montoya. David Couthard era o quinto da grelha, adiante de Rubens Barrichello, no segundo Ferrari. A quarta fila tinha os Jordan de Jarno Trulli e Heinz-Harald Frentzen, e a fechar o "top ten" estavam os Sauber de Nick Heidfeld e de Kimi Raikkonen.
Com um dia quente adiante deles, máquinas e pilotos prepararam-se para a partida. Mas no momento antes das luzes se apagarem, o carro de Hakkinen fica parado na grelha, causando a sua abortagem. Os carros deram duas voltas atrás do Safety Car e quando este recolheu-se às boxes, Schumacher estava na frente, mas Montoya atacou forte e o ultrapassou com uma manobra no S de Senna que muitos consideram uma das mais espetaculares da história da Formula 1. Schumacher reagiu indo atrás do colombiano, mas ele não conseguia ultrapassá-lo.
Atrás, Barrichello tentava ultrapassar alguns pilotos, mas no final da Reta Oposta, ele bateu na traserira do carro de Ralf Schumacher. O brasileiro retirou-se de imediato, pois perdera uma roda, enquanto Schumacher tentava chegar às boxes para ver se colocavam uma nova asa traseira.
Com o passar das voltas, Montoya afastava-se de Schumacher e parecia que iria ser uma prova fácil para ele, a caminho da sua primeira vitória na Formula 1, logo na sua terceira corrida da carreira. Contudo, na volta 39, ao passar Jos Verstappen, que estava a perder uma volta, este não travou a tempo e bateu na traseira do Williams, causando o seu abandono.
Quase de seguida, uma tempestade cai no circuito, molhando a pista, e obrigando os pilotos a irem para as boxes, trocar de pneus. Schumacher fez isso, mas com uma afinação para seco e com duas paragens devido a reabastecimento, estava em desvantagem em relação a David Coulthard, que só tinha parado uma vez até então e aproveitou a ocasião para fazer tudo de uma vez. Mas à saída das boxes, Schumacher fez um pião e permitiu que Coulthard o ultrapassasse.
Na parte final, o escocês levou o seu carro até à vitória, conseguindo a primeira para a McLaren nessa temporada. Schumacher era o segundo e Nick Heidfeld alcançava o seu primeiro pódio da sua carreira e o primeiro para a Sauber desde o GP da Bélgica de 1998. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o BAR-Honda de Olivier Panis, o Jordan-Honda de Jarno Trulli e o Benetton-Renault de Giancarlo Fisichella.
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