sábado, 8 de maio de 2021

Formula 1 2021 - Ronda 4, Espanha (Qualificação)


Ao ver esta sequência, da caravana da Formula 1 deslocar-se de uma ponta à outra da Península Ibérica, fez-me recuar trinta anos no tempo, para quando era criança, ao saber sempre que a Formula 1, depois de chegar a Portugal, ia logo a seguir a Espanha, nem uma semana para voltar a ver as máquinas da Formula 1 em ação, que me fazia alegrar sempre. Mas isso era em setembro, e agora estamos em maio, ou seja, passamos do final do verão para quase o meio da primavera, e claro, o inicio da temporada, onde tudo está ainda por acontecer, apesar de sabermos mais ou menos quem vai ganhar, não é? Apesar da emoção do duelo que estamos a observar.

Dos poucos dias que tivemos entre Portimão e Barcelona, e dos 1200 quilómetros que são feitos para lá chegarmos, todo este tempo e distância serviu para falar sobre Valtteri Bottas e a sua utilidade dentro da Mercedes. Há quem defenda que Lewis Hamilton deveria ser ainda mais pressionado para fazer valer os seus títulos mundiais, e quando apareceu em alguma imprensa - sensacionalista, diga-se de passagem - britânica que ele deveria ser substituído por George Russell, outro britânico que na única vez que correu com Bottas em máquinas iguais, o "comeu de cebolada" e em Imola andou bem perto de ser ultrapassado por ele, antes da colisão que "salvou" Lewis Hamilton de, no mínimo, cair para o fundo do pelotão, ergueram-se vozes para que a Mercedes fizesse uma de Red Bull.

Claro, de Brackley todos vieram defender o finlandês, desde o próprio, que achou os rumores um disparate, a Hamilton dizer que gosta do Bottas e sente-se bem em trabalhar com ele, e claro, gente a dizer que eles têm Toto Wolff e não Helmut Marko, mas isto não ira embora tão cedo, isso há há dúvidas.


Barcelona aproveitou o inverno para fazer um "facelift" na Curva 10, mas apesar de ser mais aberta, há quem jure que não passou de cosmética, o problema é maior o que isso. Colocar batom em suínos não vai resolver o problema de fundo porque a penultima curva antes da meta é aquela chicane horrível, e... não creio que voltemos a ter corridas emocionantes por ali. A não ser que chova, e curiosamente, é algo que se prevê no final de semana.

Mas não neste sábado qualificativo. Aliás, esta é a cronica acerca de um dia que ficou na história. 

Tudo começou neste céu azul de primavera. A sessão ia começar um pouco mais tarde que o habitual por causa de umas reparações nos guard-rails, devido a um acidente numa das corridas de apoio. E quando os carros começaram a sair para a pista, de uma certa forma, as coisas começaram e desenrolar como seria previsto, ora com médios, ora com moles.

Nas primeiras voltas lançadas, Bottas e Hamilton eram os melhores, com os médios calçados. Os Ferrari estavam perto do topo graças a Carlos Sainz Jr, que queria mostrar o que valia "em casa" - embora sem público - enquanto mais atrás, havia dificuldades. Não as asneiras habituais de um Nikita Mazepin ainda inadaptado, em claro contraste de Mick Schumacher, que conseguia andar ao ritmo dos Williams. Pelo menos o do Nicholas Lattifi.

Na parte final, a grande surpresa foi a não-qualificação de Yuki Tsunoda. As coisas andaram muito mal para ele, ao ponto de afirmar que lhe tinham dado um carro totalmente diferente do seu companheiro de equipa, Pierre Gasly, que passou calmamente para a Q2. A "teoria da conspiração" caiu mal e ele pediu desculpa mais tarde, mas ele não conseguiu o que Lance Stroll obteve nos momentos finais: uma olta limpa e a passagem para a fase seguinte. Assim, Tsunoda fez companhia aos Haas, o Williams de Lattifi e o Alfa Romeo Sauber de Kimi Raikkonen.

Para  Q2, muitos dos pilotos, principalmente os da frente, dispensaram os médios e preferiram carregar nos moles para ir o mais rapidamente possivel para a última fase. Tanto que, depois de Bottas ter feito uma volta superior a Hamilton, Max fez ainda melhor, em contraste com um Sergio Perez que não estava muito bem, pelo menos na primeira fase, onde estava prestes a ficar de fora. Nas no final da Q2, o problema foi resolvido.

E chegado ao momento da verdade, os que ficaram para trás foram os Aston Martin de Lance Stroll e Sebastian Vettel, o Alfa Romeo de António Giovinazzi, o Alpha Tauri de Pierre Gasly e o Williams de George Russell.


Agora era a altura de rumar para a Q3, que tinha ali os carros da Red Bull, Mercedes, Ferrari, McLaren e Alpine. E ver se Max Verstappen iria quebrar os Mercedes, e adiar o inevitável.  

A sessão começara com os pilotos a usarem os moles, e nas suas primeiras voltas, os Mercedes voltavam a marcar o ritmo. Hamilton foi o primeiro, mas o tempo de Max o colocou em alerta, sabendo que a Red Bull tinha uma arma bem eficaz e capa de os fazer suar. E ele tinha batido Valtteri Bottas, o que era importante. Atrás, Perez tinha problemas em fazer um tempo que permitisse acompanhar o ritmo dos primeiros, mas era melhor que o resto do pelotão.  

Na tentativa final, não houve melhoras, mesmo com os três na pista, o que significava que Hamilton continuava no topo da tabela, com Max entre os Mercedes, e Sergio Perez a ser "o melhor do resto", na frente de um Esteban Ocon que levava o Alpine a outro bom resultado na grelha, na frente de Sainz Jr, o melhor dos Ferrari.


Após todos celebrarem a marca histórica, tinha de se ver o que poderia acontecer para amanhã: com um carro que também parece muito bom em ritmo de corrida, e com duas paragens previstas, Hamilton deve ser o favorito à vitória, apesar de Max Verstappen, que arrancará do seu lado.

Mas... se ninguém na frente se atrapalhar, parece que já sabemos quem será o encedor de manhã, numa corrida que por norma, não é excitante. Mesmo assim, parabéns ao primeiro centenário de Sir Lewis!

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