sábado, 7 de agosto de 2021

A imagem do dia


A Honda é um colosso da industria automóvel mundial. Mas o que poucos podem pensar é que esta marca só existe... há 75 anos. Sim, tal como a Volkswagen, foi uma marca que surgiu das cinzas da II Guerra Mundial. E tudo se deveu À ingenuidade de um homem que há 30 anos esta semana, tinha morrido.

Soichiro Honda nasceu a 17 de novembro de 1906 em Hamamatsu, no centro do Japão, e tinha jeito para a mecânica. Filho de ferreiro, cedo ajudou no negócio do seu pai de reparação de bicicletas, e ficou fascinado quando começou a ver os primeiros automóveis a passar pela sua cidade natal. Indo para Tóquio aos 15 anos para aprender o oficio de mecânico de automóveis, regressou seis anos depois para abrir uma oficina. E logo aí, começou a fazer carros de corrida, nomeadamente um Ford. Contudo, logo na sua primeira corrida, ele e o seu irmão sofreram um acidente, e abandonaram logo a ideia de serem pilotos de automóveis.

Quando o Japão acabou derrotado na II Guerra Mundial, Hammamatsu não escapou a destruição das bombas largadas pelos B-29 americanos. Vendo tudo em ruinas, Honda vendeu a fábrica que tinha montado - fabricava pistões de automóvel - à Toyota por 450 mil ienes e com o dinheiro, decidiu montar outro negócio: o de motocicletas. Com motores de sobra, construiu o Type A, e em 1949, tinha o Type D, com um motor de 98cc, e do qual chamou de "Dream".

Por esta altura, voltou a ver Tadeo Fujisawa. Tinha conhecido uns anos antes, quando ele fornecia anéis de pistão à companhia de aviões Nakajima e achou que ele seria a pessoa ideal para as finanças. Juntos, tinha feito uma parceria imbatível que ficou assim até que Honda se reformou, em 1973. E pelo meio, começaram a fazer automóveis, em 1963, e expandiram-se para os Estados Unidos, onde a principio, eram olhados com desconfiança, mas quando aconteceu o primeiro choque petrolífero, tornaram-se vencedores, batendo os "Big Three" (Ford, GM e Chrysler) nos seus próprios quintais.

Mas pelo meio, Honda ainda sentia paixão pelo automobilismo. No ano em que lançou o seu primeiro carro, começou a montar as bases para uma equipa de Formula 1. No inicio da década, fizera o mesmo para o motociclismo, e iria ser tão bem sucedido que a marca é das mais importantes da história das duas rodas. Estreando-se no GP da Alemanha de 1964, com o americano Ronnie Bucknum ao volante, foi com outro americano, Richie Ginther, que conseguiu a sua primeira vitória, no GP do México de 1965, com o Honda RA272. Outra vitória seria alcançada dois anos depois, no GP de Itália de 1967, com John Surtees ao volante, desta vez, foi o modelo RA300. A aventura acabaria em 1968, só voltando em 1983, apenas como fornecedora de motores para a Spirit, Williams, Lotus, McLaren e Tyrrell.

Por esta altura, Sochiro Honda gozava a sua reforma, a via um dos seus filhos, Hitoroshi, a traçar o seu próprio caminho, ao construir a firma de preparação de motores Mugen, uma das maiores do país. Mas oficialmente... não pertence à Honda, nem é a divisão desportiva da marca, apesar da ligação familiar.

Honda ainda viveu para ver os sucessos da sua marca na Formula 1, com gente como Nelson Piquet e Ayrton Senna a serem campeões com motores imprimidos com o seu nome. Quando morreu, a 5 de agosto de 1991, aos 84 anos, faltavam poucos dias para o GP da Hungria, e quando o brasileiro triunfou em Budapeste, dedicou a vitória a ele. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...