quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Noticias: Prost acha 23 corridas um abuso


Aos 66 anos, Alain Prost acha que a Formula 1 está a perder algum do seu charme, que o fazer ser aquilo que é. Com coisas como os Sprint Races e as chances de haver uma maior revolução na maneira como são realizadas as corridas, como a grelha invertida, ele teme que isso poderá descaracterizar a competição.

E para além disso, acha que o calendário da Formula 1 tem de ser menos de 23 provas que tem agora, e com os rumores de que poderá ser alargado para as 25 corridas, ele acha que é demais. 

No podcast The Fast Lane, o ex-piloto francês, quatro vezes campeão do mundo, acha que mexer no formato tradicional é contraproducente.

Estou completamente contra a ideia da grelha invertida, com certeza”, começou por dizer. “A Fórmula 1 não deve aceitar isso, mesmo para a corrida sprint. Não é por Lewis [Hamilton] ter feito uma corrida fantástica a partir de último [A corrida-sprint do Grande Prémio do Brasil] que devemos pensar que vai ser sempre a mesma coisa e com todos os pilotos. Isso não acontece desta forma. Por isso, sou muito mais pela tradição, e a Fórmula 1 tem de se manter como se manteve até aqui. Devo reconhecer que temos cada vez mais fãs jovens, com a série Netflix [Drive to Survive], e atraímos alguns jovens, o que é fantástico. E eles obviamente gostam deste tipo de corrida que temos visto, a corrida de sprint e a corrida de Lewis no Brasil, mas a Fórmula 1 tem de se manter mais tradicional”, continuou.

Sobe o número de provas, Prost também acha que as atuais 23 provas são demasiado, e os mecânicos começam a não ter fôlego para aguentar este ritmo:

23 corridas é muito”, disse Prost. “Muito difícil para as equipas, muito difícil para as pessoas em viagem, alguns dos mecânicos, engenheiros, chefes de equipa que estão sempre em todas as corridas, alguns nem sempre em boas condições. E a Formula 1 tem de permanecer também excecional. 23 corridas é muito. Lembro-me, talvez não este ano, mas a primeira vez que tivemos três corridas seguidas e estava a perder um pouco de interesse de certa forma, porque eram demasiado próximas. É um compromisso entre o número de corridas, o número de fãs e obviamente o dinheiro que se pode gerar. Mas se tivermos mais sucesso e trouxermos mais patrocinadores, talvez pudéssemos também ter um pouco menos de corridas. [Mas] parece que não é por aí que estamos a ir”.

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