Se alguém ainda tinha ilusões sobre estas apresentações, crio que muitos de nós perderam-nas hoje, com a apresentação do Red Bull RB18: o carro que foi ali apresentado é um "mock up", nem tanto porque o carro real está a ser terminado em Milton Keynes e montado a tempo e ser embarcado para Barcelona, onde andará num teste "secreto", e nem é porque na realidade, a concorrência está a observá-los para saber o que é que a concorrência está e preparar, como observei na conta Twitter da Mercedes, nesta tarde.
Não. Na verdade, estas apresentações ao mundo em 2022 servem para duas coisas: novas pinturas e novos acordos. E se forem ver os vídeos das diversas equipas, é isso mesmo. Querem saber o que é que andaram a falar hoje? No acordo com a Oracle, a multinacional da informática. O acordo irá fazer entrar nos cofres da máquina energética... cem milhões de dólares por ano até 2027. Sim, leram bem: 500 milhões, numa altura em que os gastos estão a ser limitados, a Red Bull navega em dinheiro. A partir de agora, a Formula 1, é uma máquina lucrativa.
Claro, a Red Bull não precisará de gastar muito do seu próprio bolso para fazer render a sua equipa, poderá canalizar parte do dinheiro no desenvolvimento dos motores que a Honda deixou para eles, agora que abandonaram - oficialmente - a categoria máxima do automobilismo. E digo "oficialmente porque... viram a sigla HRC no chassis, antes do eixo traseiro? É o emblema das organizações da Honda na competição, quer a automobilística, quer a motociclística. Ou seja, mesmo estando fora, os engenheiros e mecânicos da marca japonesa não ficarão desempregados.
Amanhã será a Aston Martin que apresentará o seu carro. Provavelmente, não será o chassis real. Mas pelo meio, ou se quiserem, na semana passada, anunciaram um acordo de patrocínio com a Aramco, a petrolífera nacional saudita. Aposto aquilo que quiserem que não custará meia dúzia de tostões. Será bem maior, provavelmente, o acordo que o papá Stroll sempre quis e nunca tinha alcançado até agora. E podem esquecer os chassis, só iremos ber, não em Barcelona, e se calhar no Bahrein... mas é na sexta-feira dos treinos livres do Grande Prémio. Os contratos estão tão bem apertadinhos entre a Liberty Media e alguns países do Médio Oriente que... não fiquem admirados se algum dia acordarem e lerem a noticia de que a sede da FIA saia de Paris e se transfira para o Dubai.
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