Ou seja, uma série de voltas à pista, de modo lançado, é diferente de uma corrida com o máximo de duas horas, e não sabemos a fiabilidade desta gente toda. Temos umas ideias, mas falta a proa, ou o "smoking gun" que convença os céticos de que a temporada anterior não só representa o passado não só em termos de tempo cronológico, mas uma era passada.
E é isso que precisa de saber à medida que as horas se aproximavam para a primeira corrida do ano, nas areias do Bahrein, uma das petro-monarquias do Golfo que decidiram fazer da Formula 1 o seu cartão de visita.
Hamilton foi o primeiro a parar, na volta 12, enquanto se ouviam queixas de que os pneus moles pediam tração a cada volta que passava. Trocaba para duros, e regressava em 11º... mas com dificuldades em aquecer os pneus, tanto que foi passado pelo Alfa Romeo do Guangyou Zhou.
Entretanto, na frente, Max já estava em cima de Charles e a luta pela liderança aquecia. Precisamente na altura em que eles foram às boxes. O neerlandês primeiro, o monegasco depois, e colocou de novo macios. Quando voltaram à pista, Leclerc ficou com o primeiro posto, mas o piloto da Red Bull estava nos seus escapes. O duelo continuava.
E na volta 17, Max atacou... mas Charles resistiu. Novamente na volta 19, e o piloto da Ferrari sabia resistir. Claro, os espectadores em casa estavam bem felizes. Afinal de contas, valeu a pena terem mudado os regulamentos! Mas depois do ataque do piloto da Red Bull, Leclerc afastou-se, conseguindo uma vantagem de três segundos no final da volta 24. Já o outro piloto da Ferrari disse às boxes que considerava parar nas boxes... por três vezes.
As coisas acalmaram-se até à terceira ronda de paragens nas boxes, na volta 45, e as coisas corriam normalmente quando Pierre Gasly ficou parado na pista em posição perigosa, com o motor a pegar fogo, o suficiente para fazer entrar o Safety Car... primeiro virtual, depois real. E a nove voltas do fim, todos reagrupados e os pilotos atrasados a desdobrarem-se, todos esperavam para ver o que aconteceria com a relargada.
E com isso, Lewis Hamilton passou ao ataque, tentando ficar com o terceiro posto do "Checo", mas o piloto da Red Bull lá se defendia da melhor maneira possível. Mas no inicio da última volta, o mexicano rodou no final da reta e entregou o terceiro posto ao britânico. Aliás, a Red Bull iria sair do Bahrein sem qualquer ponto! Que golpe de teatro.
E claro, Charles Leclerc aproveitou bem e ficou com tudo: a vitória e a volta mais rápida, com o seu companheiro em segundo. Os 44 pontos que conseguiram nesta corrida foram o resultado de um fim de semana perfeito, mas a temporada é longa e os problemas da Red Bull apenas foram a má sorte de acontecerem na hora errada, por muito que os "antis" tenham comemorado.
E atrás deles, algumas "doideiras": Magnussen foi quinto, no seu Haas, repetindo o seu melhor lugar de sempre com a equipa, Bottas logo a seguir, Tsunoda oitavo e o segundo Alfa, do Guangyou Zhou, ficou com o último ponto em disputa, na frente de Mick Schumacher.
Na próxima semana há mais, em Jeddah.
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