segunda-feira, 18 de julho de 2022

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Há precisamente 40 anos, a Formula 1 estava em Brands Hatch, para o GP britânico. E numa prova ganha por Niki Lauda, a sua segunda vitória no seu regresso à competição, que tinha acontecido no inicio do ano, pela McLaren, o grande destaque era um piloto semi-desconhecido de uma equipa que até ali, não tinha mostrado nada de especial. Ou seja, falamos de Derek Warwick, o piloto da equipa Toleman, que cumpria a sua segunda temporada na Formula 1.

Mas antes de falar do piloto, a equipa.

A Toleman é o sonho de Ted Toleman, pertencente terceira geração de fabricantes de chassis de autocarros para a Ford. Em 1977, fundou uma equipa com Alex Hawkridge, onde começou a correr na Formula Ford 2000, antes de passar para a Formula 2. Em 1979, contrataram Rory Bryne, vindo da Royale, e no ano seguinte largaram os chassis Ralt para construir os deles. Acabaram por triunfar na Formula 2 com Derek Warwick e Brian Henton, e logo nesse ano, começaram a ter uma parceria com a Hart, um preparador de motores, liderada por Brian Hart

Em 1981, foram para a Formula 1, e os objetivos iniciais eram modestos. Mas com uma decisão de longo alcance: pediram a Hart para que fabricasse motores Turbo. O primeiro ano não resultou em nada - aliás, em 24 entradas possíveis, qualificaram apenas por duas vezes - e em 1982, parecia que iam no mesmo caminho, apesar de Henton ter saído para a Tyrrell e no seu lugar ter vindo o italiano Teo Fabi, apesar de terem participado no GP de San Marino, onde houve o famoso boicote das equipas FOCA. 

Para isso, decidiram não ir às corridas americanas de Detroit e Canadá para se concentrarem em eoluir o carro, e os resultados apareceram logo, quando Warwick conseguiu a volta mais rápida na corrida dos Países Baixos, para além de um 13º posto na grelha de partida. 

Em Brands, Warwick e Fabi qualificaram-se, um atrás do outro - o britânico em 15º, o italiano uma posição atrás - e a partir dali, o britânico começou a subir posições, um atrás do outro. Parte aproveitando os desastres dos outros - como Arnoux e Patrese, à partida - parte usando o motor e as habilidades do piloto, quando chegou à volta 10, já era quarto. A meio da corrida, passara o Williams de Derek Daly e estava atrás de Didier Pironi, piloto da Ferrari e então segundo classificado. E quando o passou, na travagem para Paddock Hill Bend, os britânicos bradaram de satisfação.

Contudo, foi de curta duração. Na volta 40, quando já estava a mais de dez segundos do Ferrari do piloto francês, teve um problema no eixo do seu carro e acabou por abandonar. Mas a seguir, surgiram as perguntas: como um carro que nunca tinha feito alguma coisa andou tão à frente? Provavelmente, não teria combustível até ao fim, ou estaria muito mais leve, e faria isto tudo por patrocínios. A história dos patrocínios foi confirmada, mas só isso: o carro estava bem mais normal que julgavam. E se os materiais não fossem tão frágeis, se calhar o pódio para Warwick seria uma possibilidade. 

Os carros não fariam mais grandes feitos até ao final do ano, mas a aposta no Hart valeu a pena. Nas duas temporadas que se seguiram, conseguiram 26 pontos, três pódios, duas voltas mais rápidas. E quando Brands Hatch boltou a receber o GP britânico, em 1984, Toleman e Warwick conseguiram o que não conseguiram então: subir ao pódio. Mas nesse ano, o piloto corria pela Renault, e o rapaz que subia ao pódio pela equipa de Ted Toleman era um jovem brasileiro chamado Ayrton Senna.     

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