Tinha estado quatro anos em reabilitação. A ideia era essa mesma: regressar a um carro de Formula 1 e mostrar que tinha de ser competitivo. No verão anterior, tinha feito testes quer com o AGS, quer com o Ligier, em Paul Ricard e Dijon-Prenois. Contudo, a seguradora avisou-o que tinha avançado com o dinheiro do seguro se ele não fosse mais correr na Formula 1, e disse que tinha de devolver o dinheiro se regressasse à competição.
Com 35 anos, queria regressar à competição. Correr no campeonato "offshore" implicava que o pé afetado não seria trabalhado ou pressionado - não havia um pedal de acelerador, era tudo à mão - e em França, todos seguiam as aventuras do "Colibri". Com a vitória nas paragens norueguesas, ele punha-se na luta pelo título mundial, e o Needles Trophy era tão importante como triunfar num Grande Prémio como em Silverstone ou Monza.
O barco estava na frente, a lutar pela vitória, quando uma onda, provocada aparentemente por um petroleiro, o fez virar de cabeça para baixo, matando-os instantaneamente. Naquele local, a prudência fez abrandar a concorrência, mas eles arriscaram. E o resultado foi o que sabemos.
Para piorar as coisas, seis meses depois, o seu meio-irmão José Dolhem, que também tinha chegado à Formula 1 antes de Didier, em 1974, foi vitima de um acidente aéreo quando ia para uma reunião com potenciais patrocinadores do "Colibri". Ele decidira pilotar o barco no lugar dele. Ambos estão sepultados no cemitério de Saint Tropez.
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