Não Zandvoort, por causa das dunas que existem ali, à beira do Mar do Norte, barreira natural. Mas anda perto do nível das águas do mar.
A grande novidade deste fim de semana é a colocação da Zona de DRS na curva 13, a do "banking", o que deu alguns receios sobre a velocidade destes carros na reta da meta e depois, quando travarem na curva Tarzan.
A partir do toque de Kevin Magnussen nas barreiras, na volta 2, e da passagem de George Russell sobre Lando Norris, a corrida foi mais animada nas bancadas que na pista. As estratégias de corrida faziam com que os Red Bull fossem embora, mas por exemplo, Sergio Pérez não estava tão confortável quanto, por exemplo, a sua concorrência direta.
E na volta 15, Carlos Sainz Jr foi às boxes, onde viu o espelho de toda uma temporada em Maranello, em termos de estratégia. Ao trocar os pneus, alguém se esqueceu de trazer o traseiro-esquerdo e perderam 17,5 segundos para fazer a troca. Parecia que estava a ver uma troca do início da década de 80 do século passado...
Por alturas da volta 27, apenas os Mercedes não paravam. Claro, Hamilton era o líder, seguido do Russel, mas Max não estava muito atrás, cerca de 2,7 segundos. Ficar na pista compensou. Mas pouco depois, o neerlandês apanhou os Flechas de Prata e os passou, para gáudio da torcida local. Primeiro Russell, na volta 28, e quando Hamilton parou para trocar de pneus, de médios para duros, na volta 30, Max estava de regresso à primeira posição.
Lá estava de regresso no único lugar que eles querem ver.
As coisas andavam relativamente calmas até à volta 44, quando no meio da segunda paragem nas boxes, Yuki Tsunoda queixou-se de que haveria algo solto nos pneus, sinal de que algo estava mal apertado. Encostou-se à berma, houve bandeiras amarelas, mas das boxes, ordenaram que... continuasse! Lá foi devagar, para trocar novamente de pneumáticos e continuar, na última posição. Mas pouco depois... Yuki parou novamente, queixando-se de outros problemas. Resultado? Safety Car Virtual.
Adendo: Mais tarde, a equipa confirmou que o Alpha Tauri do piloto japonês tinha o seu diferencial traseiro quebrado. De facto, tinha um problema, só que não foi logo diagnosticado.
Leclerc aproveitou a ocasião para ir às boxes de trocar por duros. Outro que parou para trocar foi Alonso, que regressou em nono. Os Mercedes também pararam, e ficaram com o segundo e o terceiro posto, deixando Leclerc em quarto.
Mas mais sarilhos esperavam adiante: na volta 55, o Alfa de Bottas parava na reta da meta, causando mais obstáculos. Safety Car... real acionado, todos juntos. E alguns aproveitam para ir às boxes e trocar de pneus, alguns mais moles, porque já faltavam apenas 15 voltas para o final. Max para, colocando moles, os Mercedes continuam em pista, deixando Hamilton no comando. Russell entra nas boxes, também para meter moles, enquanto Sainz teve um "unsafe release" quando, na sua bex de ir às boxes, saiu na frente do Alonso. Pérez meteu médios e regressava à pista em quinto.
No final, apenas Hamilton e Pérez é que não tinham moles. Parecia que iriam ser umas 12 a 15 voltas bem interessantes...
Na volta 61, a corrida recomeçou com Max em cima de Hamilton para o passar, e o fez antes do final da curva Tarzan. Atrás, Russell passava Leclerc e era terceiro, enquanto Sainz Jr e Pérez lutavam para serem quinto e sexto. Pouco depois, Russell e Leclrc apanharam Lewis, que tinha pneus mais usados, e ele caía para quarto. Claro, não estava feliz e reclamou com Toto Wolff. Quem também não estava feliz era Sainz Jr, que ficava com uma penalização de 5 segundos, consequência do "unsafe release" com o Alonso.
E foi assim até ao final da corrida. Max triunfou em casa, e mais a volta mais rápida, é o novo rei. E agora com a distância de 109 pontos para o segundo classificado, ele está a meras três corridas de ser bicampeão. Num carro dominador.
E os locais celebraram esse triunfo largando os seus "very-lights" nas suas bancadas, deixando o local debaixo de nevoeiro. Provavelmente é aquilo que em inglês se diz "the shape of things to come". Um futuro de dominação neerlandesa.
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