sábado, 10 de setembro de 2022

Formula 1 2022 - Ronda 16, Monza (Qualificação)


Custa-me a crer que este circuito foi construído em 1922. Logo, tem cem anos. E continua a ser tão atual, apesar das modificações que teve em relação às boxes, por exemplo. As razões pelos quais - creio eu - fizeram com que a pista se mantivesse como está em termos de desenho tem a ver, na minha modesta opinião, por estar dentro de um parque florestal, protegido por lei. E logo, modificar a pista implicaria mexer na lei, algo que é muito difícil. Logo, o senhor Tilke não poder fazer nada para isso.  Logo, ver esta pista, palco de tantas glórias e tragédias, onde tantos carros icónicos andaram, tantos pilotos correram e ganharam - precisamente hoje, há 50 anos, Emerson Fittipaldi conseguiu o seu primeiro título mundial, por exemplo - logo, um lugar com tantas recordações e adaptado aos tempos modernos, para o amante do automobilismo, a pista tem um lugar no coração. 

Faz parte da mobília. E ao contrário do Mónaco, é ultra-veloz. As corridas acabam um menos de hora e meia.

Mas nesta altura do campeonato, mais do que comemorar o centenário de uma "vecchia signora", que continua "belissima" como sempre, o que se fala nestas horas são... penalizações. Depois de gente como Valtteri Bottas ou Lewis Hamilton penalizados por causa de mudanças no motor e na caixa de velocidades (ou uma ou as duas), era a altura de gente como Yuki Tsunoda e os dois Red Bull, de Max Verstappen e Sergio Pérez, o primeiro porque iria trocar de motor - cinco lugares de penalização - e o mexicano, também. 

Parecia que para a pole, ia ou para Charles Leclerc, ou George Russell, porque Carlos Sainz Jr também tinha sido penalizado! 

Mas ainda antes da qualificação começar, mais uma agitação no pelotão: Alex Albon estava de apendicite e foi substituído por Nyck de Vries, o piloto de reserva, fazendo assim a sua estreia na Formula 1. 

E foi debaixo de um sol de setembro, num tempo ideal para final de Verão, que a qualificação começou. Primeiro, gente como Lance Stroll, Yuki Tsunoda e Mick Schumacher entraram em pista, para marcarem tempos, embora alguma já sabiam que iriam ser penalizados. Passados 10 minutos da sessão, foi Max Verstappen a marcar um tempo digno desse nome, quando faz 1.22.023. Mas depois, Leclerc marca 1.21,280.

Max respondeu, baixando ainda mais para 1.20,922, antes de ir para as boxes. Tinha feito a sua parte, e os Ferrari também, pouco depois. E quando a bandeira de xadrez caiu, Nicholas Latifi, no seu Williams, os Aston Martin de Sebastian Vettel e Lance Stroll e os Haas de Kevin Magnussen e Mick Schumacher, não passaram para a próxima fase. Mas com as penalizações que conheciam, talvez subiriam algumas posições. 


Alguns minutos depois, começou a Q2, e este começou com os Red Bull ao ataque. Os Ferrari foram a seguir, marcando 1.20,878, com Sainz Jr no topo da classificação, seguido por Leclerc, a 330 centésimos. Max e Sérgio Pérez não estavam longe, mas depois de marcarem os seus tempos, foram para as boxes e esperaram para saber quem os acompanharia para a Q3.

Atrás, todos se engalfinhavam: Lewis Hamilton e George Russell eram os melhores do resto nos seus Mercedes, enquanto Fernando Alonso, Esteban Ocon, nos seus Alpines, Pierre Gasly, no Alpha Tauri e Lando Norris fechavam o "top ten". De Vries e Ricciardo tentaram, mas o neerlandês da Williams saiu de pista durante a sua última tentativa, enquanto o australiano da McLaren marcou e prosseguiu para a fase seguinte.

Para a Q3 seguiram Sainz, Leclerc, Verstappen, Pérez, Hamilton, Russell, Norris, Ricciardo, Alonso e Gasly. 

Ali, na fase final, tudo indicava que Ferrari e o Mercedes do Russell iriam ter tudo "verde" até às primeiras linhas da grelha. E claro, Sainz Jr foi para a frente, marcando um tempo de 1.20,584. Leclerc marcava também tempo, 186 centésimos atrás. Quem ficava quietinho nas boxes era Fernando Alonso, que sabia das penalizações e observava quantas posições iria subir a partir dali. 


No final, foi Leclerc que assumiu a dianteira, com 1.20,161, seguido pelo seu companheiro de equipa. Mas Max colocou-se entre eles e assumiu o segundo melhor tempo, a 145 centésimos. No final, quando estacionou o carro no meio da pista e foi falar para a imprensa e os locais, afirmou:

Não foi uma qualificação fácil, sabia que havia potencial no carro e sabia que tinha que retirar tudo nesta última volta na Q3. Estou muito contente com a volta e com a performance. Até agora tem sido um bom fim de semana, sinto-me bem e o carro está bem e espero que amanhã consiga terminar como em 2019”.

E assim, uma Ferrari ficava com o primeiro posto. Em Monza, o piloto da casa conseguia alegrar os "tiffosi". E só esperam que isto seja a primeira parte do espetáculo.

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