Contudo, esqueceu-se que ele também passou pelos Estados Unidos, nomeadamente pela CanAm, onde acabou por ser bicampeão, em 1977 e 1980, ambas pela equipa feita por Carl Haas. Mas pouco se fala disso, porque nessa altura, a CanAm era a sombra do que tinha sido. Hoje em dia, quando se fala dessa competição de Sport quase sem limites, é entre o período de 1966 a 1974, com potência ilimitada e prémios bem chorudos. No final dos anos 60, o campeão levava meio milhão de dólares para casa, o que era imenso. A McLaren apostou forte e ganhou, com Bruce McLaren e Dennis Hulme.
Para terem uma ideia, os melhores pilotos tinham um salário anual de um décimo desse valor.
Mas depois, vaio o primeiro choque petrolífero, do final de 1973, e o mundo ficou de pernas para o ar. A grelha esvaziou-se e depois de 1974, temporada ganha pela Shadow quase sem concorrência, a Can-Am só regressou em 1976, com algumas regras. Os motores foram "abafados", em nome da eficiência, e reciclaram-se muitos chassis de Formula 5000, colocando uma carenagem sobre as rodas, sem equipas de fábrica. Um dos que aproveitou isso foi Carl Haas, um vendedor de automóveis do Illinois, que detinha a representação da Lola nos Estados Unidos.
1977 foi o ano de regresso da CanAm, com as novas regras, e grande parte do pelotão andava com Lola-Chevrolet. Tambay entrou na equipa de Haas na terceira prova do campeonato, em Watkins Glen, em substituição do lesionado Brian Redman, e ele adaptou-me muito bem. Não deu chances à concorrência, acabando por triunfar em seis das sete provas em que participou, terminando a temporada com 159 pontos e o campeonato. E tudo numa altura em que ele tinha a sua chance na Formula 1, graças a Teddy Yip, que financiou um dos Ensigns e deu à marca a sua melhor temporada de sempre, com dez pontos, cinco dos quais ganhos pelo piloto francês.
Tambay regressou em 1980, depois de não ter encontrado um lugar competitivo no final da temporada anterior, quando saiu da McLaren. Foi para a Haas e entrou "a matar", ganhando as quatro primeiras corridas da temporada. Mais duas vitórias nas cinco corridas seguintes foram mais que suficientes para ter tudo sob controlo e triunfar novamente, com 61 pontos. No final dessa temporada, regressou à Formula 1, mas não numa equipa de prestígio, antes correndo pela Theodore, conseguindo um ponto em meia temporada, antes de fazer a outra metade pela Ligier.
Mas Carl Haas não o esqueceu. Quando ele se aventurou na Formula 1, convidou-o para correr com ele no segundo lugar da equipa, ao lado de Alan Jones, na temporada de 1986. Como era sabido, a equipa tinha gente de sonho a mandar nele, como Teddy Mayer ou jovens como Ross Brawn e Adrian Newey. Mas a retirada da Beatrice do projeto, e os sub-aproveitados motores Ford Cosworth Turbo - Keith Duckworth nunca foi entusiasta - fizeram com que o projeto durasse até ao final de 1986 e conseguiram apenas seis pontos, dois dos quais marcados pelo francês no GP da Áustria, os seus últimos na Formula 1.
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